Empresa que acolhe WikiLeaks na França leva caso à Justiça
Empresa OVH disse que decisão sobre exclusão do site não deve ser resolvido por políticos e sim pela justiça
Da Redação
Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 14h14.
Paris, 3 dez (EFE).- A empresa de hospedagem OVH, dona do servidor que acolhe o site do WikiLeaks na França, perguntará à Justiça se a página fundada por Julien Assange é ilegal, já que o Ministério da Economia Digital iniciou gestões para expulsar seu site.
"Diante das últimas declarações políticas e as pressões que começam a surgir decidimos pedir a um juiz que se pronuncie sobre a legalidade do site (WikiLeaks) em território francês", indicou a OVH em mensagem transmitida pela internet.
Precisou que "em um Estado de direito" "não é o mundo político quem tem de decidir o fechamento de seu site, mas a justiça", ao mesmo tempo em que expressou seu desejo de que "um juiz dê sua decisão até este sábado".
"A OVH aplicará a decisão imediatamente", acrescentou a empresa, para ressaltar que não está "nem a favor nem contra" o WikiLeaks e que se limita a "garantir uma prestação de serviços técnica".
A empresa, baseada na localidade de Roubaix, ao norte da França, assinalou que soube que o WikiLeaks estava hospedado em suas infraestruturas ao ler na imprensa. "A OVH é simplesmente o fornecedor técnico" do serviço pedido pelo cliente. Segundo a empresa, o WikiLeaks pagou com cartão de crédito "pelo menos 150 euros".
O governo pediu por meio do ministro da Economia Digital, Eric Besson, que expulse do servidor francês o WikiLeaks, um site "classificado como criminoso e rejeitado em outros países por causa dos danos que causa aos direitos fundamentais".
"Esta situação não é aceitável. A França não pode alojar sites que violam o sigilo das relações diplomáticas e põem em perigo as pessoas protegidas pelo segredo diplomático", indicou Besson em carta enviada à entidade competente, o Conselho Geral de Indústria, Energia e Tecnologias (CGIET).
O WikiLeaks encontrou refúgio no servidor francês OVH na quinta-feira, depois de ser expulso pelo americano Amazon pelas pressões de Washington.
Ao mesmo tempo, o site fundado por Julien Assange está hospedado na Suécia pelo servidor Bahnhof.