Sem mentoria, é mais fácil para uma mulher desistir
Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2014 às 08h33.
Esta história faz parte de uma série de relatos sobre Mulheres e Tecnologia. Para saber mais sobre como elas estão se mobilizando em uma indústria historicamente masculina, veja a edição da revista INFO de Março.
A americana Tanya Breshears, 30 anos, trabalha há quase uma década com startups. Formada com uma combinação de diplomas em design, linguística e psicologia, ela fez estágios no Japão antes de ir trabalha no Vale do Silício. Há muitos caras por aqui. Eu era a única mulher na última agência em que trabalhei, diz Tanya, hoje designer no time de engenharia do Airbnb.
Embora nunca tenha se sentido mal no ambiente de trabalho, Tanya sentia que o tratamento dado a ela muitas vezes era diferente. As pessoas ficavam chocadas com o fato de eu trabalhar nessa área. Elas ficavam realmente impressionadas, o que não aconteceria se eu fosse um homem, diz. Para ela, existem muitos estereótipos associados à área que acabam afastando as meninas de carreiras ligadas à tecnologia e empreendedorismo. Elas não sabem que é preciso usar muitas habilidades de comunicação e empatia, e não só matemática, para trabalhar nessas áreas, diz.
Outro problema é justamente a falta de exemplos femininos dentro das empresas. Tanya acredita que os homens acabam desenvolvendo laços de amizade com chefes ou colegas mais experientes, socializando fora do ambiente de trabalho. Mas quando se trata desse tipo de relacionamento entre homens e mulheres, os dois sexos costumam ser mais hesitantes. Há um grande risco de as pessoas acharem que há algo questionável ou inapropriado nesse comportamento, diz. Isso faz com que as poucas mulheres na área fiquem desamparadas. Sem um mentor, sem exemplos de outras que fizeram um caminho semelhante, é bem mais fácil para uma mulher desistir, diz Tanya. O que é uma pena. Há enorme demanda nessa área.
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