Samsung perde espaço no Brasil no setor de smartphones
"Com menos dinheiro no bolso, os consumidores escolheram aparelhos mais baratos e de marcas menos conhecidas", explica o analista.
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de novembro de 2016 às 15h17.
Última atualização em 24 de novembro de 2016 às 15h56.
Líder de mercado na venda de smartphones no Brasil, a Samsung perdeu espaço considerável nos últimos seis meses: segundo dados da consultoria Gartner, a empresa teve 37,2% na venda de celulares inteligentes do País no 3º trimestre de 2016 - entre janeiro e março de 2016, a sul-coreana possuía 42,2% do mercado.
Para Tuong Nguyen, analista de pesquisa da Gartner, dois fatores explicam a queda da Samsung no Brasil.
Além da crise econômica, que reduziu o poder de compra do consumidor, a desvalorização do real frente ao dólar fez a empresa apostar em linhas de aparelhos mais robustas, com melhores margens de lucro, e deixar de lado o segmento de smartphones de entrada, um dos mais vendidos do País.
"Com menos dinheiro no bolso, os consumidores escolheram aparelhos mais baratos e de marcas menos conhecidas", explica o analista.
Segundo Nguyen, o escândalo das baterias do Galaxy Note 7, retirado do mercado pela empresa em outubro, não afetou a participação da empresa no mercado.
"O impacto do Galaxy Note 7 nas vendas é limitado porque é um aparelho de alto padrão."
No segundo lugar no País, está a Lenovo, com 19,4% - a fabricante chinesa também é responsável pelos aparelhos da Motorola.
Na terceira posição, a também sul-coreana LG saltou de 9,2% no primeiro trimestre para 12,1% no último levantamento da Gartner, ultrapassando a norte-americana BLU Products - que agora tem 9,6%.
Ao todo, o mercado brasileiro vendeu 10,1 milhões de smartphones no período entre julho e setembro de 2016 - 16,5% a menos que no mesmo período do ano passado. Para o analista, porém, o setor deve se recuperar em breve.
"A economia do País mostra sinais de que voltará a crescer."
Apple
Segunda marca de smartphones mais vendida no mundo, a Apple patinou no terceiro trimestre no Brasil.
Entre julho e setembro, a empresa teve apenas 4,4% do mercado - no 2º trimestre, tinha 5,9%, graças às boas vendas do iPhone SE, vendido a R$ 2,2 mil.
Para o analista da Gartner, a empresa deve crescer no País neste fim de ano com o iPhone 7. Lançado na última semana, ele é vendido a partir de R$ 3,5 mil.