Saiba se seu celular foi clonado e como se proteger
Técnicas simples podem ajudar a se prevenir para não ser vítima de ataques virtuais
Rodrigo Loureiro
Publicado em 24 de julho de 2019 às 09h00.
Última atualização em 24 de julho de 2019 às 09h00.
São Paulo – O debate político dos últimos meses ganhou contornos tecnológicos com o vazamento de conversas e supostas invasões de smartphones de importantes personagens do Governo . Mas não são apenas procuradores, deputados e ministros que podem ser vítimas de ataques digitais . Saiba como identificar e se proteger no caso do seu celular ser clonado ou invadido.
Antes de mais nada é preciso lembrar que clonar um smartphone é, no mínimo, trabalhoso, como relatou Daniel Barbosa, pesquisador de segurança da ESET. O especialista explicou o que pode ter acontecido no caso do suposto ataque virtual ao ministro da Economia Paulo Guedes, noticiado na terça-feira (23).
Na maior parte dos casos é preciso obter acesso físico ao celular da vítima e, então, instalar programas que possibilitam que terceiros possam realizar chamadas telefônicas, receber mensagens de texto e instalar e usar novos aplicativos. Isso pode ser evitado impedindo que o celular seja utilizado por estranhos e permaneça sem senhas, padrões ou outros tipos de bloqueio, como a leitura de impressões digitais, por exemplo.
No entanto, é possível também obter o controle do smartphone com um ataque remoto que aplica técnicas de engenharia social. Trata-se de um método em que o cibercriminoso consegue convencer o usuário a instalar algum aplicativo por conta própria.
O ataque se inicia com mensagens em aplicativos e rede sociais contendo links que pedem a instalação de algum programa. Em alguns casos, os usuários são persuadidos a instalarem programas para obterem mais vantagens no uso de um aplicativo como WhatsApp , por exemplo, ou mesmo são convencidos a realizarem o download de um suposto arquivo de áudio que traria revelações impactantes sobre algum assunto.
O segredo aqui é evitar clicar em links suspeitos, principalmente em mensagens enviadas em redes sociais e em grupos de aplicativos de mensagens, além de manter um aplicativo de antivírus instalado no smartphone.
Mas, caso você suspeite que a quebra de segurança já tenha ocorrido, é importante observar se o dispositivo dá sinais de lentidão, consumo excessivo da bateria e superaquecimento. Outros sintomas são o envio e o recebimento de mensagens desconhecidas em aplicativos de mensagens e de e-mails, além da instalação de novos programas.
Em caso positivo, as ações são reativas e servem para minimizar os danos. A primeira coisa a fazer em caso positivo de invasão é usar um terminal seguro, como outro celular ou um computador para trocar todas as senhas utilizadas no celular. Também é recomendável restaurar o aparelho aos padrões de fábrica para fazer uma faxina no sistema e apagar possíveis aplicativos mal-intencionados da memória.
Também é preciso reforçar a segurança dos aplicativos. Além de trocar a senha de seus e-mails e redes sociais, é altamente recomendável que os usuários utilizem um sistema de autenticação em dois fatores. "É um método de prevenção muito eficiente e que permite que uma senha seja configurada no início de cada sessão em aplicativos como WhatsApp e Telegram, por exemplo", diz Barbosa.
Ao fazer isso, mesmo que as mensagens de texto ou chamadas telefônicas estejam sendo interceptadas por terceiros, não será possível acessar o aplicativo em outro terminal. É melhor prevenir do que remediar.