(Fotolog/Reprodução)
Lucas Agrela
Publicado em 7 de julho de 2018 às 05h55.
Última atualização em 7 de julho de 2018 às 11h03.
São Paulo – Sucesso nos anos 2000, o Fotolog voltou à ativa recentemente e busca se posicionar como um diário social online.
Michael Lin, CEO da empresa, conta em entrevista a EXAME que vai monetizar a plataforma com assinaturas para ter acesso a mais recursos e prega o ritmo de publicação de uma foto por dia.
Criticando o Instagram, Lin espera que sua plataforma promova conexões entre pessoas, e não de pessoas com marcas. Por isso, o Fotolog está relutante quanto à exibição de publicidade.
Leia os melhores trechos da entrevista com Lin a seguir.
Como chegaram a esse formato de rede social com apenas uma publicação por dia?
Tivemos a oportunidade de comprar o Fotolog quando os antigos donos decidiram descontinuar o serviço, que era grande aqui em Barcelona. Mantivemos a ideia de uma publicação por dia porque faz sentido. Teremos uma linha do tempo cronológica e, no longo prazo, seremos um diário social. Rapidamente você vê as publicações do seu perfil e as de outras pessoas.
Nas redes sociais, as pessoas esperam que você publique algo todo dia. No Instagram, entretanto, isso não acontece. Isso nos leva a uma entediante rolagem infinita procurando por novidades. Com o algoritmo e algumas pessoas publicando muitas fotos por dia, as pessoas se sentem desencorajadas para publicar uma imagem, porque ela ficará enterrada e não será mostrada aos seus amigos. Por enquanto, estamos com o modelo de uma foto por dia. Depois, podemos ter um gif por dia, um vídeo por dia ou uma música por dia, diferentes formas de conteúdo, sempre mantendo essa constância de publicação diária.
No fim das contas, queremos ser um formato diferente de rede social, onde você se envolve com você, com seus amigos ou com marcas.
Como manter as pessoas publicando todos os dias?
Já temos boas métricas. 45% dos nossos usuários publicam todos os dias. O Instagram tem apenas entre 10 e 12% de pessoas publicando nesse ritmo. A restrição funciona como um estímulo. Além disso, temos insígnias que você ganha conforme mostra ativo no Fotolog.
Entrevistamos Orkut no ano passado, o fundador do extinto site de relacionamentos. Ele lançou uma nova rede social chamada hello. É desafiador para vocês que tinham serviços populares no passado conseguir o sucesso novamente?
Não estamos relançando algo antigo, estamos lançando algo novo. O nome é importante, convenhamos, o nome (risos) é perfeito para a nossa proposta. 80% dos usuários cadastrados são novos, não da base antiga. Há um valor em trazer as pessoas de volta, mas ainda nem chegamos a fazer uma campanha de reativação de base de usuários. Estamos agora focados em ganhar novos usuários. Se você olhar números que temos, fica fácil de ver que estamos lançando algo novo.
Como será a monetização do Fotolog?
Vamos adotar um sistema de assinatura, com recursos premium, como personalização de páginas, ter domínio próprio ou publicar gifs e fotos. Estamos relutantes a adotar monetização por publicidade. Você não está socializando com anúncios, e sim com pessoas. No Instagram, você interage com anúncios em vez de interagir com pessoas.
O Brasil é o segundo mercado mais importante para o Instagram. Quanto o país é importante na estratégia de vocês?
O Brasil sempre foi o nosso maior mercado em termos de número de usuários nos últimos anos. No futuro, o país será muito importante. A população é muito social e isso torna o mercado interessante para nós.
Quantas pessoas trabalham no Fotolog hoje?
Somos um time de seis pessoas no momento.
Vocês pretendem abrir escritórios em outros mercados como aqui no Brasil?
Por enquanto ainda não temos planos, já temos uma equipe com brasileiros e espanhóis para termos uma abordagem mais global nesse início.
Vocês vão lançar o serviço de assinatura em reais ou cobrarão em dólares?
Ainda não temos isso definido, mas buscaremos a melhor solução para os usuários.
Qual é o próximo passo do Fotolog?
Mudar o aplicativo para smartphones. Ele é apenas uma versão do site mobile dentro de um app. A experiência não é a melhor no momento e estamos trabalhando para criar uma melhor o quanto antes.