Quase 80% dos 'hackers do bem' caçam falhas visando lucro, revela pesquisa
Estudo realizado pela BugHunt com 12 mil profissionais revela que 40% deles já detectaram bugs em pelo menos cinco empresas brasileiras
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André Lopes
Publicado em 25 de agosto de 2022 às 14h59.
Última atualização em 26 de agosto de 2022 às 11h31.
A BugHunt, primeira plataforma brasileira de recompensas par quem encontrabugs, fez um pesquisa que detalhou as motivações dos 'hackers do bem', que são os profissionais de cibersegurança que reportam falhas em softwares e sistemas digitais.
E, apesar de não surpreender, a maioria deles veem o trabalho de busca de vulnerabilidades virtuais como uma oportunidade para obter renda extra e ainda desenvolver suas habilidades como especialista em cibersegurança.
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Os dados, publicados no estudo "Raio X dos Bughunters", mapeou que, num universo de 12 mil profissionais da área, 78,3% desses hackers éticos atuam visando a rentabilidade financeira, enquanto o desenvolvimento profissional apresenta números bem próximos, sendo indicada como motivação por 65% dos entrevistados.
A terceira justificativa mais citada foi a criação de uma rede forte de networking, aparecendo entre 26,75% dos profissionais.
“O alto número de pessoas colocando o desenvolvimento profissional como motivação para esse trabalho demonstra não só uma classe de profissionais engajados, mas também como os hackers do bem são valorizados no mercado, já que o setor reconhece a importância de combater essas falhas e possíveis brechas virtuais”, avalia Caio Telles, co-fundador e CEO da BugHunt.
Além de explorar as motivações por trás do ofício desses hackers do bem, o Raio X dos Bughunters ainda traçou um perfil mais detalhado sobre estes profissionais. De acordo com a pesquisa, 48,3% dos profissionais contam com formação em segurança da informação, enquanto 33% são formados em TI.
Pensando na faixa etária, a coleta mostrou que a grande maioria entre os hackers são jovens, porém com uma divisão entre gerações quase igualitária entre os especialistas de 17 a 24 anos, com 41,7% dos entrevistados, e 25 a 35 anos, com 40%.
Outro dado identificado pelo estudo mostra que 40% dos bughunters já detectaram bugs em pelo menos cinco empresas distintas. Para Telles, o número alto expõe a fragilidade do cenário brasileiro no que se diz respeito às falhas nos sistemas das companhias nacionais.
A pesquisa coletou ainda informações referentes às principais causas destes problemas, identificando as vulnerabilidades técnicas (aparecendo em 56,7% das vezes), a exposição de dados (presente em 53,3% dos casos) e a injeção de códigos ou scripts (ocorrida em 53,3% das ocasiões), como os bugs mais recorrentes no país.