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Pílula que engana corpo para queimar gorduras é desenvolvida

A equipe de pesquisa já está trabalhando para iniciar os testes clínicos com humanos para provar a eficácia do novo composto


	Barriga: "Esta pastilha é como uma comida imaginária", explicou autor do estudo
 (Stock.Xchange)

Barriga: "Esta pastilha é como uma comida imaginária", explicou autor do estudo (Stock.Xchange)

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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 15h45.

Um grupo de cientistas americanos desenvolveu uma pílula, testada até agora em ratos, que "engana o corpo" ao fazer acreditar que consumiu calorias, o que faz com que queime gorduras, freie o aumento de peso, ajude a reduzir o colesterol e controle o açúcar no sangue.

"Esta pastilha é como uma comida imaginária", explicou o diretor do Laboratório de Expressão Genética de Salk, nos Estados Unidos, Ronald Evans, autor do estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Nature Medicine".

A pílula "envia o mesmo tipo de sinais que normalmente são produzidos quando ingerimos muita comida, de modo que o corpo começa a deixar espaço livre para armazená-las, mas não há calorias e nem mudanças no apetite", assinalou.

A equipe de pesquisa já está trabalhando para iniciar os testes clínicos com humanos para provar a eficácia do novo composto no tratamento contra a obesidade e doenças metabólicas.

O composto de fexaramina não se dissolve no sangue como os supressores do apetite ou os remédios para dieta com base de cafeína, mas fica no intestino, o que provoca menos efeitos secundários, segundo o estudo.

O laboratório de Evans dedicou quase duas décadas a estudar o receptor X farnesoid (FXR), uma proteína implicada na liberação de ácidos biliares do fígado, na digestão do alimento e no armazenamento de gorduras e açúcares.

O corpo humano ativa o FXR no começo da comida para se preparar perante a chegada de alimento, de modo que não só dispara a liberação de ácidos biliares para a digestão, mas modifica os níveis de açúcar no sangue e faz com que o corpo queime algumas gorduras.

As companhias farmacêuticas já desenvolveram remédios que ativam o FXR para tratar a obesidade, o diabetes, doenças de fígado e outras metabólicas, mas esse tipo de remédio afeta diversos órgãos e produz efeitos secundários, segundo o artigo.

Evans propôs ativar o FXR só no intestino, ao invés do intestino, fígado, rins e glândulas suprarrenais ao mesmo tempo, para poder ter um resultado diferente.

Assim, foi desenvolvido um composto de fexaramina que ao ser administrado oralmente só atua no intestino, sem chegar a passar pela corrente sangüínea, de modo que diminui os efeitos secundários e é mais eficaz para conter o aumento do peso.

Quando os cientistas administraram em ratos obesos uma pastilha diária durante cinco semanas, estes deixaram de ganhar peso, perderam gordura e diminuíram seus níveis de açúcar no sangue e de colesterol, em comparação com os animais não tratados.

Dado que o composto de fexaramina não chega à corrente sanguínea, é possível que seja mais seguro nos humanos do que outros remédios que tem como objetivo ativar o FXR, acrescenta o estudo.

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