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Paraplégico anda com a ajuda de exoesqueleto

O estudante americano Austin Whitney, que ficou paraplégico após sofrer um acidente, consegue andar graças a um exoesqueleto robótico

Austin Whitney, que é paraplégico, caminha com a ajuda de um exoesqueleto robótico (Universidade da Califórnia em Berkeley)

Maurício Grego

Publicado em 20 de maio de 2011 às 15h56.

São Paulo — O americano Austin Whitney tinha múltiplas razões para estar feliz em sua cerimônia de formatura na Universidade da Califórnia em Berkeley, há alguns dias. Além de estar se formando tanto em história como em ciências políticas, ele pode se levantar e caminhar até o reitor para receber o diploma, o que seria trivial se ele não fosse paraplégico.

Whitney, de 22 anos, estava usando um exoesqueleto robótico desenvolvido na própria universidade em que estudava. O aparato, criado por uma equipe coordenada pelo professor de engenharia mecânica Homayoon Kazerooni, permite, a ele, deslocar-se livre da cadeira de rodas por algumas horas (veja o vídeo na próxima página).

Além de ser o primeiro usuário do exoesqueleto, o estudante colaborou ativamente no seu desenvolvimento. Por isso, os pesquisadores resolveram homenageá-lo dando, ao projeto, o nome de Austin. A história começou em 2007, quando Whitney sofreu um acidente de carro enquanto dirigiria bêbado. Sua medula espinal se rompeu, o que o deixou paralítico.

Projeto militar

De volta à universidade, agora preso à cadeira de rodas, Whitney começou a trabalhar com a equipe do Laboratório de Robótica e Engenharia Humana de Berkeley. O grupo de cientistas, formado há 11 anos, já tinha criado uma série de exoesqueletos robotizados.

O primeiro deles, o Bleex, concluído em 2004, foi financiado pela agência de projetos avançados das forças armadas americanas (Defense Advanced Research Projects Agency – Darpa). Esse equipamento deu origem a vários modelos aprimorados. Alguns deles têm fins militares, como o ExoClimber, que permite, a um soldado, transportar uma mochila pesadíssima, montanha acima, sem sentir peso nas costas.


No ano passado, o grupo já havia apresentado um primeiro protótipo de exoesqueleto para paralíticos, o eLegs. O Austin é uma versão melhorada e simplificada dele. Vários dos aperfeiçoamentos feitos foram sugeridos pelo próprio Whitney, que funcionou como cobaia, testando o equipamento.

O desafio de simplificar

Homayoon Kazerooni diz, no site do projeto, que o maior desafio foi manter o exoesqueleto simples, resistindo à tentação de acrescentar mais componentes. Os modelos hoje disponíveis custam mais de 100 mil dólares, o que limita bastante seu uso. Além disso, sua complexidade torna a manutenção e o uso difíceis.

No Austin, os engenheiros fizeram simplificações e adotaram peças já disponíveis no mercado para reduzir os custos. Além de um conjunto de hastes mecânicas, motores e sensores, o Austin tem uma unidade de controle que é transportada às costas, como uma mochila. Nela, fica também a bateria que alimenta o conjunto. Uma carga é suficiente para 4 a 8 horas de uso.

O repertório de movimentos é limitado. O equipamento permite, ao usuário, ficar em pé, andar para a frente, parar e sentar-se. Não é possível andar para trás e nem subir escadas, por exemplo. E um andador é geralmente necessário para a pessoa se apoiar a manter o equilíbrio. Mas, para alguém preso a uma cadeira de rodas, essa tecnologia já representa um enorme avanço, como fica claro no sorriso de Whitney no vídeo abaixo.

https://youtube.com/watch?v=sZ_FCtRRgBk%3Frel%3D0

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São Paulo — O americano Austin Whitney tinha múltiplas razões para estar feliz em sua cerimônia de formatura na Universidade da Califórnia em Berkeley, há alguns dias. Além de estar se formando tanto em história como em ciências políticas, ele pode se levantar e caminhar até o reitor para receber o diploma, o que seria trivial se ele não fosse paraplégico.

Whitney, de 22 anos, estava usando um exoesqueleto robótico desenvolvido na própria universidade em que estudava. O aparato, criado por uma equipe coordenada pelo professor de engenharia mecânica Homayoon Kazerooni, permite, a ele, deslocar-se livre da cadeira de rodas por algumas horas (veja o vídeo na próxima página).

Além de ser o primeiro usuário do exoesqueleto, o estudante colaborou ativamente no seu desenvolvimento. Por isso, os pesquisadores resolveram homenageá-lo dando, ao projeto, o nome de Austin. A história começou em 2007, quando Whitney sofreu um acidente de carro enquanto dirigiria bêbado. Sua medula espinal se rompeu, o que o deixou paralítico.

Projeto militar

De volta à universidade, agora preso à cadeira de rodas, Whitney começou a trabalhar com a equipe do Laboratório de Robótica e Engenharia Humana de Berkeley. O grupo de cientistas, formado há 11 anos, já tinha criado uma série de exoesqueletos robotizados.

O primeiro deles, o Bleex, concluído em 2004, foi financiado pela agência de projetos avançados das forças armadas americanas (Defense Advanced Research Projects Agency – Darpa). Esse equipamento deu origem a vários modelos aprimorados. Alguns deles têm fins militares, como o ExoClimber, que permite, a um soldado, transportar uma mochila pesadíssima, montanha acima, sem sentir peso nas costas.


No ano passado, o grupo já havia apresentado um primeiro protótipo de exoesqueleto para paralíticos, o eLegs. O Austin é uma versão melhorada e simplificada dele. Vários dos aperfeiçoamentos feitos foram sugeridos pelo próprio Whitney, que funcionou como cobaia, testando o equipamento.

O desafio de simplificar

Homayoon Kazerooni diz, no site do projeto, que o maior desafio foi manter o exoesqueleto simples, resistindo à tentação de acrescentar mais componentes. Os modelos hoje disponíveis custam mais de 100 mil dólares, o que limita bastante seu uso. Além disso, sua complexidade torna a manutenção e o uso difíceis.

No Austin, os engenheiros fizeram simplificações e adotaram peças já disponíveis no mercado para reduzir os custos. Além de um conjunto de hastes mecânicas, motores e sensores, o Austin tem uma unidade de controle que é transportada às costas, como uma mochila. Nela, fica também a bateria que alimenta o conjunto. Uma carga é suficiente para 4 a 8 horas de uso.

O repertório de movimentos é limitado. O equipamento permite, ao usuário, ficar em pé, andar para a frente, parar e sentar-se. Não é possível andar para trás e nem subir escadas, por exemplo. E um andador é geralmente necessário para a pessoa se apoiar a manter o equilíbrio. Mas, para alguém preso a uma cadeira de rodas, essa tecnologia já representa um enorme avanço, como fica claro no sorriso de Whitney no vídeo abaixo.

https://youtube.com/watch?v=sZ_FCtRRgBk%3Frel%3D0

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