Para chanceler francês, aquecimento deixa mundo à beira do abismo
O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, comparou nesta segunda-feira o 'grande descontrole climático' a um 'abismo'
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2013 às 17h40.
Paris -O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, comparou nesta segunda-feira o "grande descontrole climático" a um "abismo" e advertiu que se a comunidade internacional não se mobilizar para alcançar um acordo em 2015, em Paris, ele "se abrirá sob nossos pés".
"Temos diante de nós um abismo: o grande descontrole climático", disse Fabius em Paris, após um colóquio sobre o estado das coisas das mudanças climáticas, divulgado por especialistas em clima da ONU na sexta-feira passada em Estocolmo, Suécia."Nós ainda podemos evitar, mas se ficarmos inertes ou insuficientemente ativos, o abismo se abrirá debaixo dos nossos pés."
Paris deve sediar em 2015 a grande conferência anual da ONU sobre a luta contra as mudanças climáticas. A comunidade internacional se deu como meta para esta data alcançar um acordo ambicioso, vinculante e global sobre as limitações de emissões de gases de efeito estuga, a fim de restringir o aquecimento do planeta a 2ºC.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o termômetro mundial poderá aumentar quase 5°C até o fim do século.
"Paris Clima 2015 não deve ser uma reunião para experimentar, deve ser uma reunião para decidir", afirmou Fabius, admitindo que a "dificuldade da tarefa é extremamente grande".
"A crise econômica não facilita pensar a longo prazo" e o "crescimento das classes médias por todo o mundo e, sobretudo nos países emergentes, conduz automaticamente a uma alta do consumo de energia", afirmou, saudando "os elementos encorajadores" como a "determinação" do presidente americano, Barack Obama.
O encontro climático anual da comunidade internacional ocorrerá entre 11 e 22 de novembro próximo em Varsóvia. Esse encontro "será decisivo para estabelecer as bases do acordo futuro" que, insistiu, deverá ser "universal, ambicioso e incluir compromissos de redução de emissões".