Tecnologia

Operadoras esperam problemas de telecomunicações em estádios

Arenas de São Paulo e de Curitiba são foco de preocupação, devido a atrasos em obras e falta de acordos comerciais para instalação de equipamentos

Trabalhadores são visto na Arena da Baixada, durante as obras de reforma para a Copa do Mundo de 2014, em Curitiba (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Trabalhadores são visto na Arena da Baixada, durante as obras de reforma para a Copa do Mundo de 2014, em Curitiba (Rodolfo Buhrer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2014 às 17h36.

Rio de Janeiro - Os estádios da Copa do Mundo podem ter problemas de telecomunicações e as arenas de São Paulo e de Curitiba são foco de preocupação, devido a atrasos em obras e falta de acordos comerciais para instalação de equipamentos, segundo especialistas do setor.

Segundo o diretor-executivo do Sinditelebrasil, sindicato das operadoras de telefonia móvel, Eduardo Levy, há risco de congestionamento na comunicação nos estádios em determinados momentos devido à alta demanda por dados.

A Arena Corinthians, em São Paulo, e Arena da Baixada, em Curitiba (PR), são os mais vulneráveis, segundo Levy. As obras dos dois estádios estão atrasadas, o que pode afetar a instalação de antenas e equipamentos de comunicação.

"São os que nos preocupam mais. Ainda não tivemos condições técnicas e comerciais (adequadas)", disse Levy à Reuters.

Além do retardo nas obras, as negociações dos contratos entre operadoras e consórcios que administram os dois estádios estão emperradas por falta de acordo sobre preço, disse Celso Birraque, diretor de rede de acesso da Claro. Mas ele descartou qualquer chance de apagão de telecomunicações.

"As negociações com Curitiba e São Paulo estão difíceis", disse Birraque.

Segundo Levy, as concessionárias desses estádios estariam cobrando aluguel até cinco vezes maior que os acordados para as demais arenas do Mundial.

Procurado, o Sport Club Corinthians Paulista, que administra a Arena Corinthians, afirmou que são as operadoras que estão pagando às arenas com as quais já negociaram valores cinco vezes menores do que de outros aluguéis em geral.

Representantes do Atlético Paranaense, que administra a Arena da Baixada, não foram imediatamente encontrados para comentar o assunto.

A previsão é que o uso de voz dentro dos estádios aumente oito vezes, em média, durante as partidas do Mundial, enquanto o uso de dados deve subir 18 vezes na comparação com a média, de acordo com a Claro.


A expectativa da Claro é de que o reforço do sistema de telecomunicações dos estádios seja concluído no início de abril. Dos 12 estádios, seis já têm sistemas ampliados desde a Copa das Confederações, sendo que em alguns casos são necessários ajustes adicionais, disse Birraque.

Atraso

A preocupação com os estádios de São Paulo e de Curitiba cresce devido ao tempo necessário para montagem e teste dos equipamentos. Segundo especialistas, são necessários cerca de 60 dias para a instalação de antenas e mais 60 para os testes.

"No Maracanã que pudemos fazer em 47 dias no ano passado, mas trabalhando dia, noite, sábado e domingo, com ajustes sendo feitos no meio da Copa das Confederações. Não se recomenda fazer isso, porque o risco é alto", avaliou Levy.

A estimativa do Sinditelebrasil é de que as operadoras, em conjunto, estejam investindo ao menos 200 milhões de reais na infraestrutura de telecomunicações das 12 arenas da Copa.

Cada estádio terá de 300 a 400 antenas, incluindo microantenas. Segundo Birraque, da Claro, esses equipamentos continuarão nas arenas após o Mundial, com renovação do aluguel junto às concessionárias dos estádios.

Mas a entidade prevê problemas de telecomunicações mesmo nos estádios já prontos e nos quais não há problemas comerciais entre operadoras e concessionárias.

"Durante a Copa das Confederações, em momentos de pico como antes dos times entrarem em campo, no momento de um gol e no intervalo, há grande demanda por dados", disse. "Haverá congestionamento (...) Se todo mundo resolver publicar foto ao mesmo tempo, não há sistema ou espectro que resista",.

Especialistas afirmam que mesmo durante os Jogos Olímpicos de Londres houve problemas nas redes de telecomunicações dos estádios. "Não vai dar para fazer 'video streaming' (assistir a vídeos na Internet), mas vai dar para fazer 'upload' de fotos", disse Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco.

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