Tecnologia

O lado bom e o ruim dos tablets com Windows 8

Os tablets com Windows 8 não devem arranhar a liderança da Apple, mas podem ser atraentes para quem precisa rodar aplicativos profissionais

O Windows 8 foi projetado para uso tanto em PCs como em tablets, onde ele vai aparecer com esta tela inicial quadriculada  (Divulgação)

O Windows 8 foi projetado para uso tanto em PCs como em tablets, onde ele vai aparecer com esta tela inicial quadriculada (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 09h26.

São Paulo — Os tablets com o sistema operacional Windows 8, da Microsoft, devem chegar às lojas em algum momento em 2012. A Microsoft e seus parceiros estão entrando atrasados nesse mercado e, ao menos nos próximos anos, não há expectativa de que superem o iPad em vendas, e nem o Android.

Mas os tablets com Windows 8 poderão ser uma opção atraente para quem precisa rodar aplicativos típicos de PC, como Photoshop, Excel e outros de uso mais profissional. Por isso, devem conquistar uma parcela dos usuários. Veja, a seguir, o que esses tablets deverão ter de melhor, o que pode dar errado com eles e quais são as chances deles no mercado.

O melhor de dois mundos

O principal atrativo dos tablets com Windows 8 é a promessa de combinar a praticidade do tablet com a possibilidade de rodar aplicativos complexos, típicos de PC. É claro que, para muitas pessoas, os aplicativos do iPad e do Android são suficientes. E esses programas têm evoluído de modo a atender a uma variedade cada vez maior de aplicações.

Mas há uma parcela dos usuários para quem certos aplicativos mais complexos são indispensáveis. Dois exemplos são fotógrafos que dependem do Photoshop e profissionais de finanças que não vivem sem o Excel. Os programas para tablet correspondentes a esses – como Photoshop Express e Documents to Go – têm muito menos recursos que seus equivalentes para PC ou Mac.

Assim, se um usuário com esse tipo de necessidade tiver um tablet, ele pode ter de carregar também um laptop, o que não é prático, é claro. Um tablet com Windows 8 pode ser uma solução melhor,  especialmente se ele tiver um teclado removível, no estilo do Eee Tab Transformer, da Asus. Nesse caso, a pessoa poderá usá-lo como tablet e convertê-lo num pequeno notebook acoplando o acessório quando precisar de um teclado. 

Outra vantagem é que o Windows é compatível com uma enorme variedade de impressoras, dispositivos de armazenamento de dados, monitores e outros periféricos. Assim, se os fabricantes quiserem, poderão criar tablets capazes de trabalhar com todos esses acessórios. 

O monstro de duas cabeças

Se a promessa dos tablets com Windows 8 é atraente, ao menos para uma parte dos usuários, não há garantia de que essa solução vá satisfazê-los. O fato é que a Microsoft está construindo um monstro de duas cabeças. O Windows 8 terá duas interfaces gráficas: uma para tablets e PCs com tela sensível ao toque e outra voltada para computadores convencionais, com mouse e teclado. A primeira é derivada do Windows Phone e, a segunda, do Windows 7.


O principal perigo, nisso, é que o Windows 8 pode ficar pesado demais para rodar em tablets com bom desempenho. É possível evitar isso, mas a Microsoft terá de criar uma maneira de instalar apenas os módulos necessários no tablet.

E o problema não está só no sistema operacional. O Windows aceita uma gama muito ampla de aplicativos. Nem todos são eficientes no uso dos recursos do computador. Num tablet, onde esses recursos tendem a ser mais escassos, certos aplicativos podem travar a máquina ou torná-la lenta demais.

O que dizem as previsões

Apesar de o mercado ter recebido bem o que a Microsoft divulgou até agora sobre o Windows 8, o fato de ele estar chegando atrasado deve reduzir o interesse dos usuários. O Gartner Group divulgou, na semana passada, um estudo em que prevê que a Microsoft terá apenas 4% de participação no mercado de tablets em 2012 e 10,5% em 2015.

Se esses números se concretizarem, o Windows estará em terceiro lugar em 2015, atrás do iPad, que terá 46%; e do Android, que vai corresponder a 36% das unidades vendidas. O QNX, usado no tablet BlackBerry PlayBook, da RIM, aparece em quarto lugar, com 8% do mercado em 2015.

Steve Ballmer, o CEO da Microsoft, já disse que o objetivo da empresa, no momento, é chegar ao terceiro lugar. É um objetivo modesto para a maior empresas de software do mundo, mas alinhado com as previsões. Os números deixam clara a força da Apple no mercado, já que ela deve manter ampla liderança mesmo competindo com um número crescente de outros fabricantes.

As previsões do Gartner também mostram quanto é difícil entrar num mercado onde já há líderes consolidados. Da mesma forma que a Microsoft não conseguiu vencer o Google no mercado de buscas e outras empresas não puderam derrotá-la na área de software para PCs, ficou difícil – para qualquer competidor – desafiar a liderança da Apple e o honroso segundo lugar conquistado pelo Android no mercado de tablets. 

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