Biometria facial: Levantamento mediu impacto econômico da Unico, empresa líder no segmento e que registrou mais de 640 milhões de autenticações nos grandes bancos (Ugur Karakoc/Getty Images)
Repórter
Publicado em 20 de setembro de 2023 às 14h44.
Última atualização em 20 de setembro de 2023 às 14h47.
Qual o impacto do uso da biometria facial na economia do Brasil? Segundo pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com dados fornecidos pela Unico, uma paralisação de apenas um dia dessa tecnologia resultaria em uma queda de R$ 4,7 milhões no Produto Interno Bruto (PIB) e uma redução de R$ 550 mil em rendimentos dos trabalhadores.
O levantamento aponta que, em um cenário anual, a ausência da biometria facial poderia acarretar uma perda de R$ 1,6 bilhão no PIB. Além disso, o impacto indireto dessa tecnologia, no que tange a fraudes evitadas, alcançou a marca de R$ 115 bilhões apenas no último ano.
A ascensão da identificação digital via biometria facial é evidente. Em comparação com os 64 milhões de transações registradas em 2020, o ano passado contabilizou 226 milhões.
Entre 2018 e julho de 2023, mais de 850 milhões de transações foram autenticadas por meio dessa tecnologia, englobando desde a abertura de contas até a contratação de profissionais.
E há espaço para crescer. Projeções da Mordor Intelligence indicam que o mercado de reconhecimento facial deve expandir a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 21,9% nos próximos cinco anos.
A metodologia empregada pela FGV, análise de matriz Insumo-Produto, destaca as interconexões do mercado de soluções digitais e seu impacto na economia e empregabilidade. Renan Gomes de Pieri, da FGV, ressalta a importância da biometria facial na economia, evidenciando que cada R$1,00 investido na demanda impacta a produção econômica em R$3,88.
Em comparação, o multiplicador médio de empresas de diversos setores é de R$ 3,94. O agronegócio, um dos pilares do PIB brasileiro, apresenta um fator de R$ 2,77. A Unico e empresas de tecnologia superam esse número, posicionando-se na 37ª posição de multiplicadores da economia, superando setores tradicionais.
No caso especifico da Unico, que forneceu a base de dados para o estudo, a empresa é responsável por criar 17 empregos formais na economia para cada 10 empregos diretos. Além disso, a cada R$10,00 de renda gerada pela empresa, R$13,20 são adicionados à economia.
Paulo Alencastro, cofundador e vice-presidente de governança da Unico, enfatiza a necessidade de compreender o papel das tecnologias digitais na economia, visando impulsionar o crescimento e inovação no país.
O estudo se baseia no sistema de contas nacionais, estrutura que mede e analisa a atividade econômica nacional, considerando diversos CNAEs (Classificação Nacional de Atividades Econômicas).