Tecnologia

Número de celulares 4G supera 3G pela primeira vez no país

No mês de outubro, 95 milhões de celulares 4G constavam na base das empresas, contra 92 milhões 3G

Até outubro de 2016, os celulares 3G ainda eram líderes, com 126 milhões de linhas, contra 53 milhões dos de 4G (oneinchpunch/Thinkstock)

Até outubro de 2016, os celulares 3G ainda eram líderes, com 126 milhões de linhas, contra 53 milhões dos de 4G (oneinchpunch/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 19h58.

Brasília - A quantidade de celulares com tecnologia 4G superou pela primeira vez os 3G no País, de acordo com dados divulgados pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (Sinditelebrasil). No mês de outubro, 95 milhões de celulares 4G constavam na base das empresas, contra 92 milhões 3G.

Até outubro de 2016, os celulares 3G ainda eram líderes, com 126 milhões de linhas, contra 53 milhões dos de 4G. A previsão da entidade é que o total de celulares 4G atinja 100 milhões até o fim deste ano.

Esse crescimento está relacionado ao avanço da tecnologia 4G, que já chegou a 3.363 municípios do País e a 90% da população. De acordo com o Sinditelebrasil, a obrigação das teles era que a tecnologia atingisse 1.079 municípios até dezembro deste ano. No caso da tecnologia 3G, 5.099 municípios e 99% da população estão cobertos.

O alcance das novas tecnologias no País tem sido cada vez maior e mais rápido, disse o presidente do Sinditelebrasil, Eduardo Levy. No terceiro trimestre deste ano, a receita das empresas com dados foi maior do que os ganhos com voz.

Do total das receitas das empresas, 62% vieram da venda de pacotes de dados (internet) e 38% corresponderam a voz. No terceiro trimestre de 2016, a voz representava 51% das receitas das empresas, e o pacotes de dados, 49%. Para 2018, a expectativa é que os dados representem 80% das receitas, contra 20% de voz.

A quantidade de celulares que utilizam a tecnologia 2G caiu para 36 milhões em outubro, ante 52 milhões no mesmo mês de 2016. Levy destacou que a maior barreira para que esses usuários migrem para a tecnologia 3G é o preço do smartphone, que, em média, corresponde ao valor do salário mínimo, hoje em R$ 937,00.

"Os celulares 2G estão em queda vertiginosa, mas precisamos encontrar alternativas para zerá-los. A redução dos impostos sobre os aparelhos pode ajudar nisso", disse Levy.

A receita bruta das teles atingiu R$ 169 bilhões até setembro deste ano, uma queda de 1,3% em relação aos R$ 172 bilhões registrados de janeiro a setembro de 2016. Os investimentos somaram R$ 16,9 bilhões até setembro, redução de 3,4% sobre o mesmo período do ano passado.

Marco regulatório

Levy fez um apelo a favor da aprovação do novo marco regulatório das teles. Se aprovado, segundo ele, a nova lei vai permitir o direcionamento de mais investimentos na expansão da rede, em substituição aos gastos obrigatórios das concessionárias em telefonia fixa e orelhões, hoje em desuso.

"Tivemos uma queda acentuada nas receitas ligadas às concessões e um aumento dos gastos com obrigações. Isso faz com que as concessões tenham dificuldades para se manter, algo que afeta muito a Oi", afirmou. "O destravamento desse projeto ajuda a todos e aumenta o interesse de investidores na Oi."

Sistema S

As teles se mobilizaram para criar a Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (Contic), que reúne as federações de telecomunicações (Febratel), de empresas de informática (Fenainfo) e de instalação e manutenção de redes de telecomunicação e informática (Feninfra).

O objetivo é enquadrar a confederação como uma das beneficiárias dos recursos do Sistema S, o que pode render R$ 1 bilhão em recursos para qualificação de mão de obra do setor. "Esses recursos já existem, mas hoje são alocados para outras confederações", disse Levy.

Sobre o fim da neutralidade da rede, que está em discussão nos Estados Unidos, Levy disse que não houve nenhuma iniciativa das teles sobre o assunto. Na avaliação dele, porém, essa questão deve ser amadurecida.

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