Tecnologia

Novo FPS da Riot Games, Valorant mistura criatividade com precisão

Roberto Iervolino, gerente geral da Riot, falou com a Exame sobre o desenvolvimento de Valorant e o software de anti-cheat

Valorant: lançado hoje, novo jogo está entre os mais vistos da Twitch (Riot Games/Divulgação)

Valorant: lançado hoje, novo jogo está entre os mais vistos da Twitch (Riot Games/Divulgação)

ME

Maria Eduarda Cury

Publicado em 2 de junho de 2020 às 09h15.

Última atualização em 2 de junho de 2020 às 09h17.

O novo jogo da Riot Games, Valorant, é o mais novo destaque entre os jogadores profissionais - e também entre os casuais. Com mais de 4,5 milhões de seguidores e pico de 1,7 milhão de telespectadores simultâneos na Twitch, uma das plataformas de streaming de jogos mais acessadas no mundo, o game de tiro em primeira pessoa, ou FPS, se tornou uma febre mesmo antes de seu lançamento oficial, que acontece hoje.

O jogo conta, atualmente, com 11 agentes, que são os personagens jogáveis. Raze, Breach, Phoenix, Omen, Brimstone, Jett, Reyna, Cypher, Viper, Sova e Sage são os protagonistas do jogo 5v5. Com diferentes personalidades e habilidades, cada agente representa um local do mundo - Raze, por exemplo, veio da Bahia - e tem uma história de origem. Isso faz com que o jogador se envolva narrativamente com o jogo, indo além da partida.

O game consiste em uma disputa entre dois times de cinco jogadores, que pode durar no mínimo 13 e no máximo 24 rodadas. As posições de ataque e defesa se alternam quando o jogo alcança a décima segunda partida. O objetivo do time atacante é plantar uma bomba no território inimigo, assim como acontece em outros jogos do gênero, enquanto o time inimigo deve se unir para desarmar a bomba antes que o tempo expire.

Embora a concorrência do gênero FPS seja forte, com títulos como os jogos da franquia "Counter-Strike" e "Call of Duty", a Riot decidiu investir em cenários mais coloridos e habilidades personalizadas e criativas como forma de inovação. Esse foi, também, um movimento que atraiu jogadores do principal título da companhia, o game "League of Legends", do gênero MOBA - arena de batalha multijogador online.

Assim como no LoL, os personagens de Valorant possuem habilidades próprias que ajudam no decorrer de cada round, embora o que defina o time vitorioso seja a habilidade de mira para eliminar inimigos. Esse é o primeiro jogo da Riot Games que foge do universo fictício criado para o LoL, o que demonstra que a companhia está disposta a arriscar novas criações fora do seu título de maior sucesso, que está em alta pelos últimos dez anos. 

Roberto Iervolino, gerente geral da Riot Games no Brasil, falou para a Exame que a ideia de criar um novo jogo de FPS surgiu quando a companhia percebeu que os games do gênero estavam focando mais em ação e reação do que tática e estratégia - especialmente no modo casual. "O que quisemos priorizar no Valorant foi a estratégia tática, de forma que o jogador tem que pensar no início de cada round o que vai executar, embora a velocidade também seja um fator importante", disse Iervolino para a Exame.

Outra novidade que o game trouxe para o mundo dos jogos competitivos online é o sistema de anti-cheat, feito pela própria Riot. O software tem instalação obrigatória para que o usuário possa jogar o game, e serve como forma de segurança para evitar que hacks que aprimoram a performance de um jogador em relação aos demais sejam utilizados. Embora uma parcela dos jogadores não seja favorável ao sistema, por alegarem que consome muito de suas placas de vídeo e atrapalha o funcionamento do computador, Iervolino afirma que o software não é perigoso. "Nós estamos sendo transparentes com os jogadores sobre a performance do software e, apesar de seu arquivo pesar bastante, ele não é capaz de queimar um computador. Estamos recebendo as críticas e avaliando formas para diminuir o peso do anti-cheat constantemente, que é justamente a razão pela qual estamos realizando um modo de testes no momento", completou o gerente.

Lançado durante a quarentena, a versão beta do jogo adquiriu bons números de audiência. Além das milhares de pessoas, em vários países, testando o jogo, os primeiros dias do beta fechado na América Latina alcançaram uma marca de quase 800 milhões de telespectadores simultâneos na Twitch. Nos Estados Unidos e na Europa, o jogo já ultrapassou 34 milhões de horas assistidas na plataforma.

Embora levar o jogo a diferentes países não seja uma tarefa simples - ainda mais durante uma pandemia -, Iervolino acredita que a quarentena não impactou tão gravemente o cronograma do jogo. "Na indústria, é comum um jogo atrasar alguns meses, pois atualizações e melhorias precisam ser realizadas constantemente. Ainda que o cronograma de alguns países tenha sido afetado, conseguimos entregar o beta em toda a América Latina no dia que havia sido programado", adicionou o gerente da Riot Games.

Por mais que a recepção inicial esteja sendo positiva, Iervolino diz que ainda está cedo para prever o futuro do jogo, que ainda receberá muitas atualizações até a data de seu lançamento oficial. E, caso a Riot vá seguir o mesmo caminho que seguiu com o LoL, atualizações e mudanças mesmo após o lançamento também devem acontecer - uma atenção que fez com que o game tenha, hoje, mais de 100 milhões de jogadores ativos globalmente.

Confira, abaixo, o trailer do jogo, que já está disponível para download:

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:América LatinaJogosJogos onlineStreaming

Mais de Tecnologia

GAC Group lança robô humanóide GoMate para revolucionar indústria automotiva

CEO da Salesforce presentou a Apple com 'Apple Store'; entenda a relação de Benioff com Steve Jobs

Bluesky testa recurso de trending topics e promete implementação gradual

Computadores quânticos estão mais perto de nossa realidade do que você imagina