Novo CEO da maior aceleradora do Vale do Silício aposta em networking para atrair futuras unicórnios
Precursora do modelo que criou empresas como Airbnb, Dropbox e Reddit, a Y Combinator definiu padrões que foram replicados aos montes em incubadoras mundo afora
André Lopes
Publicado em 5 de setembro de 2022 às 18h48.
Última atualização em 5 de setembro de 2022 às 20h19.
Já houve tempos mais simples no mundo das startups. Para nascer, crescer e, as vezes, morrer, uma boa ideia só precisava seguir a linha de tempo composta por pesquisa e desenvolvimento (P&D), fusões e aquisições (M&A), e incubadoras. Nesse último item, a Y Combinator foiuma das (se não a mais) bem-sucedida incubadoras de startups dos Estados Unidos. Por vezes, definiumodelos que foram replicados aos montes no boom de negócios digitalizados.
Mas os dias são outros. Outras empresas de igual capacidade sugiram e os empreendedores de hoje podem escolher entre muitas incubadoras, aceleradoras e escolas de startups. Então, por que jovens inovadores que podem ter em mãos uma unicórnio escolheriam a já rodada Y Combinator para florescer suas ideias?
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O novo CEO da aceleradora, Garry Tan, tem uma resposta simples e direta: arede de contatos da empresa é imbatível.Foi o que disse o executivo à revista Wired, quando questionado sobre o que ainda garante diferencial ao hub que já criou companhias do porte de Aibnb, Dropbox e Reddit, e o qual ele assume no ano que vem.
Tan, originalmente designer e engenheiro de software, passou pela aceleradora em 2008 como cofundador da Posterous, uma plataforma de blogs quemais tarde foi vendida para o Twitter. Voltou à YC como sócio em 2010, onde trabalhou por quase cinco anos e assessorou mais de 1.000 empresas. Ele também criou o Bookface, um mix de LinkedIn com Facebook, para ex-alunos da YC para buscar conselhos, publicar anúncios de emprego e trocar fofocas.
É esta última contribuição que deixa Tan mais orgulhoso, segundo um post dele no Twitter. Bookface, nas palavras de Tan, é “a maiormáfia fundadorajá criada”, em referência ao termo em inglês para grupos de fundadores e ex-empregados que participaram da origem de um negócio e se mantém em contato para novos investimentos.
Agora, enquanto se prepara para assumir as rédeas da Y Combinator, é essa máfia de ex-alunos que Tan planeja explorar. Em outras palavras, o próximo momento da YC trata de aproveitar o talento de seu passado para garantir seu lugar no futuro.
Um desafio e tanto em um momento onde as startups estão em ponto de revisar os modelo que aproveitou de muito capital de risco e mercados inteiros inexplorados. Acrescentando à conta mais algumas dezenasde concorrentes de ficha corrida semelhante, é preciso mais que uma rede de contatos interessante.
E a YC sabe bem disso. Não por acaso, antes de Tan assumir, a companhiaaumentou o investimento padrão de US$ 125 mil para US$ 500 mil. Isso é mais que o dobro do tamanho de outros programas de aceleração e mais do que o investimento anjo padrão para a maioria das startups em pré-seed. O bom networking é só a cereja do bolo.