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Bancados por Gates, projetos querem revolucionar a camisinha

Conheça os 11 projetos que ganharam financiamento da Fundação Bill & Melinda Gates para criar preservativos mais seguros e agradáveis de usar


	Bill e Melinda Gates: fundação dos filantropos financia projetos na área de saúde principalmente voltados para países pobres
 (Getty Images)

Bill e Melinda Gates: fundação dos filantropos financia projetos na área de saúde principalmente voltados para países pobres (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2014 às 07h55.

São Paulo – A Fundação Bill & Melinda Gates, entidade filantrópica do bilionário Bill Gates e sua esposa, prometeu pagar até um milhão de dólares para projetos que revolucionassem a camisinha, tornando-a mais segura e agradável de usar a fim de estimular sua utilização na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Nesta semana, foram anunciados os 11 projetos vencedores, que já levaram a quantia inicial de 100 mil dólares.

Os projetos que prometem a Revolução da Camisinha pretendem usar de colágeno proveniente de tendões de bois a materiais que imitam a mucosa humana para tornar a experiência de usar um preservativo menos desagradável e mais segura. Dois projetos pretendem usar um material super-resistente chamado grafeno, que além de ser o mais fino do mundo, ainda é excelente condutor de calor.

Não faltam ainda propostas de preservativos feitos com polímeros que se adaptam à anatomia do usuário, prometendo maior sensibilidade. E para evitar o rompimento dos preservativos, dois projetos contemplados propõem criar ou aprimorar aplicadores de camisinhas, que prometem interromper o ato sexual por um tempo mínimo para a colocação do preservativo.

Conheça a seguir, com maiores detalhes, os 11 projetos contemplados pelo Grand Challenges Exploration (GCE) – ou Exploração de Grandes Desafios, em tradução livre – da Fundação Bill & Melinda Gates. Na segunda fase de seus projetos, esses pesquisadores poderão obter até 1 milhão de dólares para desenvolvê-los.

Além de financiar projetos que promovam a criação de uma nova geração de preservativos, o GCE financia ainda pesquisas no campo de doenças negligenciadas (como as doenças tropicais), saúde humana e animal e desenvolvimento da agricultura.

A camisinha de colágeno

Pesquisador principal: Mark McGlothlin, Apex Medical Technologies Inc., Califórnia, Estados Unidos.

Proposta: Produzir um preservativo masculino mais forte e de maior sensibilidade a partir de fibras de colágeno proveniente de tendões bovinos, obtidos no processo de processamento de carne. Essas fibras de colágeno originam uma superfície de textura similar à da pele, que facilita a transferência de calor para produzir uma sensação mais natural. Os pesquisadores vão arranjar as fibras, quantificar as propriedades da camisinha e testar a sensibilidade.

A camisinha que se inspira no próprio corpo humano

Pesquisador principal: Patrick Kiser, Universidade Northwestern, Illinois, Estados Unidos.

Proposta: Sintetizar novos materiais que imitem as propriedades do tecido da mucosa humana, de forma a utilizá-los na produção de preservativos que confiram maior sensibilidade ao usuário.


A supercamisinha que usa nanomateriais

Pesquisador principal: Aravind Vijayaraghavan, Universidade de Manchester, Manchester, Reino Unido.

Proposta: desenvolver um novo composto de materiais elásticos para preservativos contendo nanomateriais como o grafeno. O grafeno é composto por uma única camada de átomos de carbono, tratando-se do material mais fino já conhecido, embora seja também um dos mais resistentes. O objetivo desse novo composto é elevar a sensibilidade durante o ato sexual com o uso do preservativo.

A supercamisinha que aumenta a sensibilidade, conduz calor e incorpora substâncias medicinais

Pesquisador principal: Lakshminarayanan Ragupathy, HLL Lifecare Ltd., Trivandrum, Índia.

Proposta: Outro projeto que visa a incorporar o grafeno e seus derivados nos materiais de fabricação de preservativos. Por ser fino, bom condutor de calor e altamente resistente, o grafeno possibilita a produção de camisinhas mais seguras e que confiram maior sensibilidade ao usuário. A ideia é também conseguir incorporar substâncias medicinais e compostos que possam elevar a segurança e a experiência sexual. Essas camisinhas serão testadas em estudos pré-clínicos para segurança e eficácia.

A camisinha de baixo custo, dinâmica e para todos os tamanhos

Pesquisador principal: Benjamin Strutt, Cambridge Design Partnershipp LLP, Cambridge, Reino Unido.

Proposta: desenvolver uma camisinha masculina que se adapte a qualquer anatomia e que se contraia gentilmente durante o ato sexual, de forma a aumentar o prazer e a segurança. Pesquisas com usuários vão determinar os parâmetros do design. Também será desenvolvido um processo de manufatura para a construção de protótipos, que serão testados. O objetivo será avaliar sensibilidade, adequação, performance e a possibilidade de fabricação do produto.

O aplicador de camisinhas Rapidom

Pesquisador principal: Willem van Rensburg, Kimbranox (Pty) Limited, Stellenbosch, África do Sul.

Proposta: Rensburg desenhou o aplicador de camisinhas da marca sul-africana Pronto Condoms (vídeo), e sua ideia agora é melhorar o design. O aplicador, desenhado para automatizar a colocação dos preservativos masculinos de forma rápida e sem a necessidade de habilidade técnica, será testado por oito semanas e será comparado com a aplicação manual em termos de facilidade de aplicação e satisfação dos usuários. Camisinhas aplicadas manualmente podem ficar mal posicionadas e interromper o ato sexual por muito tempo. O Rapidom requer apenas um movimento, minimizando a interrupção e os erros de posicionamento.

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O revestimento de camisinha que reduz o atrito

Principal pesquisador: Karen Buch, Universidade de Boston, Massachussetts, Estados Unidos.

Proposta: desenvolver uma camisinha durável e resistente com revestimento de nanopartículas super-hidrofílicas. O revestimento será capaz de reter uma fina camada de água de modo a reduzir a fricção. As camisinhas revestidas serão testadas mecanicamente e podem ser, eventualmente, combinadas com substâncias anti-infecciosas.


O aplicador de camisinhas universal

Pesquisador principal: Michael Rutner, House of Petite Pty Ltd., Sydney, Austrália.

Proposta: construir e testar um aplicado de camisinhas, chamado de Condom Applicator Pack (CAP). O objetivo é fazer com que as camisinhas masculinas sejam colocadas com rapidez, facilidade, precisão e segurança, de modo a evitar que o mau posicionamento do preservativo leve ao seu rompimento. A ideia é que o CAP e a camisinha venham no mesmo pacote. Serão construídos protótipos para serem testados dentro e fora do laboratório, além de ser promovida uma produção preliminar.

A camisinha ultrafina e hipoalergênica

Pesquisador principal: Ron Frezieres, Conselho de Saúde da Família da Califórnia, Califórnia, Estados Unidos.

Proposta: desenvolver uma camisinha masculina mais forte e resistente a partir de polietileno, material atóxico e hipoalergênico que adere às superfícies em vez de apertá-las, oferecendo melhor sensação ao toque e mais fácil de aplicar. A ideia é trabalhar em parceria com o único fabricante de camisinhas de polietileno, baseado em Columbia, para desenvolver um produto com sistema alternativo de lubrificação e dois métodos de aplicação diferentes, além de testá-los para performance e segurança.

A camisinha mais macia e mais barata

Pesquisador principal: Jimmy Mays, Universidade do Tennessee, Estados Unidos.

Proposta: desenvolver um protótipo de preservativo masculino feito de superelastômeros, um tipo de polímero altamente elástico. A ideia é que essas camisinhas sejam mais finas e mais macias. A ideia do projeto é também simplificar a fabricação de camisinhas e torná-la mais barata.

A camisinha ultrafina e adaptável

Pesquisador principal: Richard Chartoff, Universidade do Oregon, Oregon, Estados Unidos.

Proposta: desenvolver uma camisinha masculina altamente resistente, ultrafina e de material adaptável ao usuário. A ideia é adaptar polímeros elásticos de poliuretano (elastômeros) para reduzir a espessura e aumentar a força, e em seguida programá-los para assumir um formato temporário que possa ser recuperado quando o material for exposto à temperatura corporal durante a aplicação. Os elastômeros poderiam ainda ser conjugados com nanopartículas contendo moléculas com atividade anti-infecciosa para prevenir doenças sexualmente transmissíveis.

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