Musk vai ao tribunal para defender controversa aquisição da Tesla
Tesla comprou SolarCity em 2016, mas empresa pertencia ao próprio Musk e seus primos. Acionistas não gostaram e processaram o executivo
Thiago Lavado
Publicado em 12 de julho de 2021 às 06h00.
Elon Musk começa a semana enrascado em Delaware. O CEO da Tesla e um dos homens mais ricos do mundo vai até o estado comparecer a uma corte para defender a aquisição da empresa de painéis solares SolarCity em 2016, por 2,6 bilhões de dólares.
A aquisição foi um grande imbróglio na história da Tesla, com acionistas furiosos dizendo que não havia motivo para adquirir a empresa e que a compra era apenas um resgate financeiro de uma companhia que pertencia ao próprio Musk e sua família.
O processo, movido por acionistas da Tesla contra Musk, afirma que ele falhou em cumprir seus deveres fiduciários. Dois primos de Musk, Lyndon e Peter Rive, fundaram e comandavam a Solar City, e Musk e seu irmão Kimbal, se beneficiaram da compra. Musk era dono de 22% da empresa e presidente do conselho.
A compra teria sido feita, então, as custas dos acionistas minoritários da Tesla. À época, a SolarCity era uma empresa deficitária, que não tinha maneira de lucrar, queimava caixa a velocidades astrônomicas e tinha uma dívida de 3 bilhões de dólares.
As chances pendem contra Musk na balança. A compra foi aprovada pelo conselho da Tesla e os outros diretores aceitaram um acordo para pagar 60 milhões de dólares nesse mesmo processo. Musk ficou isolado e pode ter que arcar com um pagamento de mais de 2 bilhões de dólares caso seja condenado pela corte em Delaware, de acordo com advogados envolvidos no caso.
A SolarCity cresceu inovando o mercado de painéis solares nos Estados Unidos e chegou a gastar 750 milhões de dólares na construção de uma fábrica para ter a cadeia de produção completa dos produtos. Mas a indústria acabou inovando e apertou a concorrência contra a empresa.
Quando a empresa foi comprada se tornou a Tesla Energy, mas a qualidade do serviço deteriorou e os consumidores afirmam que passam meses esperando por atendimento ao cliente, diante de ligações não atendidas e e-mails não respondidos.