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Morte de 1º jornal para iPad põe imprensa escrita em xeque

O jornal, que demitiu 50 empregados em julho, deve chegar ao fim no próximo dia 15

O The Daily atingiu o marco de 100 mil assinantes em um ano, mas precisava de pelo menos o dobro para sobreviver, afirmaram analistas (Spencer Platt / Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 22h14.

Nova York - O desaparecimento do periódico 'The Daily' menos de dois anos após seu lançamento com grande estardalhaço como o primeiro grande diário desenvolvido exclusivamente para o tablet eletrônico iPad coloca novas dúvidas sobre para onde deve se orientar a imprensa escrita.

'A morte de The Daily não deveria ser equiparada à morte do jornalismo, das reportagens de grande formato ou da inovação na forma de contar notícias. É simplesmente um recordatório que, no mundo digital pós-impresso, o poder passou dos editores aos consumidores', disse nesta segunda-feira o editor-chefe do portal especializado 'Mashable', Lance Ulanoff.

O jornalista afirmou que os leitores de notícias na internet criam seus próprios jornais à base de retalhos de diferentes periódicos em múltiplas plataformas e por isso o 'pecado original' do 'The Daily' foi exatamente estar disponível somente para o iPad da Apple durante seu primeiro ano de vida.

Embora posteriormente também tenha chegado ao iPhone, aos dispositivos Android, do Google, e ao Kindle Fire, do Amazon, a primeira grande publicação para tablets não conseguiu encontrar a tempo uma audiência suficientemente ampla para se convencer de que era um modelo de negócio sustentável a longo prazo, reconheceu nesta segunda-feira o presidente da News Corp., Rupert Murdoch, ao anunciar seu fechamento.

O magnata da comunicação classificou 'The Daily' como um 'inteligente experimento na publicação digital e um veículo incrível para a inovação', que, no entanto, verá o fim de sua curta vida no próximo dia 15.


A tecnologia e outros ativos da publicação, incluindo parte de seus empregados, serão transferidos ao 'New York Post', também propriedade da News Corp. Seu fundador, Jesse Angelo, ocupará o posto de editor do tabloide com efeito imediato, mesmo com a informação dada por Murdoch de que a marca sobreviverá através de outros canais.

'The Daily' pôde comemorar que em seu primeiro ano de vida alcançou o número de 100 mil assinantes anuais e se tornou o aplicativo de notícias mais baixado do iTunes em 2011. Contudo, os analistas afirmavam que era necessário pelo menos o dobro de assinantes para que o projeto fosse viável.

A primeira luz vermelha que avisou sobre o fim do periódico, que custava US$ 0,99 por semana e US$ 39,99 por ano, foi acesa em julho deste ano, quando foi anunciada a demissão de 50 de seus 170 empregados.

Seja qual for a razão, a rápida morte do 'The Daily' torna evidentes as dificuldades enfrentadas pelos meios de comunicação para encontrar novas vias para ser rentáveis e dificulta o nascimento de iniciativas que busquem delinear o caminho em direção ao qual a imprensa escrita deve se dirigir. EFE

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Nova York - O desaparecimento do periódico 'The Daily' menos de dois anos após seu lançamento com grande estardalhaço como o primeiro grande diário desenvolvido exclusivamente para o tablet eletrônico iPad coloca novas dúvidas sobre para onde deve se orientar a imprensa escrita.

'A morte de The Daily não deveria ser equiparada à morte do jornalismo, das reportagens de grande formato ou da inovação na forma de contar notícias. É simplesmente um recordatório que, no mundo digital pós-impresso, o poder passou dos editores aos consumidores', disse nesta segunda-feira o editor-chefe do portal especializado 'Mashable', Lance Ulanoff.

O jornalista afirmou que os leitores de notícias na internet criam seus próprios jornais à base de retalhos de diferentes periódicos em múltiplas plataformas e por isso o 'pecado original' do 'The Daily' foi exatamente estar disponível somente para o iPad da Apple durante seu primeiro ano de vida.

Embora posteriormente também tenha chegado ao iPhone, aos dispositivos Android, do Google, e ao Kindle Fire, do Amazon, a primeira grande publicação para tablets não conseguiu encontrar a tempo uma audiência suficientemente ampla para se convencer de que era um modelo de negócio sustentável a longo prazo, reconheceu nesta segunda-feira o presidente da News Corp., Rupert Murdoch, ao anunciar seu fechamento.

O magnata da comunicação classificou 'The Daily' como um 'inteligente experimento na publicação digital e um veículo incrível para a inovação', que, no entanto, verá o fim de sua curta vida no próximo dia 15.


A tecnologia e outros ativos da publicação, incluindo parte de seus empregados, serão transferidos ao 'New York Post', também propriedade da News Corp. Seu fundador, Jesse Angelo, ocupará o posto de editor do tabloide com efeito imediato, mesmo com a informação dada por Murdoch de que a marca sobreviverá através de outros canais.

'The Daily' pôde comemorar que em seu primeiro ano de vida alcançou o número de 100 mil assinantes anuais e se tornou o aplicativo de notícias mais baixado do iTunes em 2011. Contudo, os analistas afirmavam que era necessário pelo menos o dobro de assinantes para que o projeto fosse viável.

A primeira luz vermelha que avisou sobre o fim do periódico, que custava US$ 0,99 por semana e US$ 39,99 por ano, foi acesa em julho deste ano, quando foi anunciada a demissão de 50 de seus 170 empregados.

Seja qual for a razão, a rápida morte do 'The Daily' torna evidentes as dificuldades enfrentadas pelos meios de comunicação para encontrar novas vias para ser rentáveis e dificulta o nascimento de iniciativas que busquem delinear o caminho em direção ao qual a imprensa escrita deve se dirigir. EFE

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