Tecnologia

Maior que Salesforce SAP e Adobe juntas: Apple mira marca de US$ 100 bilhões em SaaS

Com um crescimento robusto de 17% no último trimestre, a gigante de tecnologia tem o setor de serviços como seu segundo maior pilar de receita

Tim Cook: CEO da Apple ( Leandro Fonseca/Exame)

Tim Cook: CEO da Apple ( Leandro Fonseca/Exame)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de novembro de 2023 às 10h21.

Última atualização em 6 de novembro de 2023 às 10h23.

No último trimestre de 2023, a Apple registrou um expressivo crescimento de receita proveniente de seu segmento de serviços, incluindo iTunes e outras ofertas de software. O faturamento ultrapassou a marca de US$ 22 bilhões, marcando um aumento de quase 17% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os resultados financeiros da companhia refletem um ano de excepcional desempenho, com o faturamento total do ano fiscal de 2023 superando US$ 85 bilhões — um aumento de 9% em relação ao ano fiscal de 2022.

Neste ritmo, há a projeção de que a Apple possa se tornar uma empresa de software e serviços com receitas na casa dos US$ 100 bilhões já no próximo ano, o que representaria um aumento de quase dez vezes em relação ao que esse segmento gerava em 2013.

Para contextualizar, a receita combinada das gigantes Salesforce, SAP e Adobe é superada pela da Apple, que só fica atrás da Microsoft nesse quesito. Vale destacar que a receita da Apple é majoritariamente originada do mercado B2C, diferentemente de outras empresas líderes que focam no B2B.

Diversificando suas fontes de receita, a Apple não depende de um único produto âncora, mas sim de um portfólio que inclui iTunes, App Store, Mac App Store, Apple TV+, Apple News, iCloud, Apple Books, AppleCare, Apple Pay, entre outros, sem contar as receitas de computação em nuvem como Azure ou Oracle Cloud.

Embora a empresa não divulgue detalhadamente os ganhos de cada serviço, com dois bilhões de usuários ativos registrados em fevereiro de 2023, estima-se que o gasto médio por usuário com software e serviços da Apple seja de aproximadamente US$ 42 por ano.

Iphone ainda é o carro-chefe

O segmento de Software como Serviço (SaaS) da Apple agora fica atrás apenas do iPhone em termos de geração de receita, tendo contribuído com US$ 43,81 bilhões no último trimestre e representando quase um quarto das vendas totais da empresa. A separação das receitas de SaaS e hardware foi implementada em 2019, e registros indicam que em setembro de 2018, serviços como o iTunes correspondiam a cerca de 13% da receita.

Em pouco mais de cinco anos, a proporção de receitas vindas de SaaS praticamente dobrou, corroborando a máxima de que o software está superando o hardware. Esse movimento é estratégico, já que as margens de lucro em software são mais altas que as de hardware e, além disso, o SaaS é menos susceptível a interrupções na cadeia de suprimentos, como as observadas durante a pandemia de COVID.

A relação entre custo e vendas de produtos foi de 63% no último trimestre, enquanto para serviços foi de apenas 29%. Em termos práticos, isso significa que a Apple obteve um lucro de 37 centavos para cada dólar em receita de hardware e 71 centavos para cada dólar em vendas de software, quase o dobro da margem bruta.

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