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Localização de seu celular será arma contra fraudes

AT&T está testando um serviço que verifica as transações bancárias usando o paradeiro de um telefone

Mulher faz o pagamento de suas contas com um cartão de crédito em uma loja de frutas no subúrbio de Paris (Pascal Le Segretain/Getty Images/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 22h59.

Portland/Nova York - Bancos e redes de cartões como a Visa e a MasterCard estão trabalhando com operadoras de telefonia celular para reduzirem as transações fraudulentas ligando as compras à localização do smartphone de um comprador.

Nos próximos meses, a AT&T testará um serviço que verifica as transações usando o paradeiro de um telefone – desde que tenha permissão dos clientes.

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A fornecedora de telecomunicações é uma de várias empresas, incluindo companhias menores como a Syniverse Technologies e a Ondot Systems, que estão desenvolvendo serviços de detecção de fraudes com base em uma premissa simples: as pessoas que saem de compras normalmente levam seus telefones com elas.

“O mercado é enorme”, disse Laura Merling, vice-presidente da AT&T. “Estamos usando dados e informações da rede para criar valor”.

A fraude global com cartões custou US$ 12,4 bilhões no ano passado, segundo David Robertson, editor do Nilson Report, um informativo sobre a indústria de pagamentos.

Um terço das ligações recebidas pelos bancos vem de clientes a quem uma transação foi recusada – com frequência desnecessariamente – e atender cada chamada custa entre US$ 5 e US$ 10, disse Richard Crone, CEO da Crone Consulting, que aconselha companhias sobre tecnologia de pagamentos.

No serviço em que Merling está trabalhando, a AT&T usaria sua rede de dados para achar o telefone de um cliente participante, detectando uma mudança na localização.

Por exemplo, a empresa poderia confirmar se uma cliente voou de Nova York a Paris logo que ela ligar seu telefone após aterrissar.

A AT&T transmitiria essa informação para o credor do seu cartão de crédito, a fim de que se uma transação for tentada em uma loja em Nova York, esta seja recusada.

Os serviços com base em localizações poderiam criar uma grande oportunidade para obter receita para as operadoras de telefonia celular, que poderiam cobrar uma média de US$ 0,10 por cada transação com cartões, disse Avivah Litan, analista da Gartner.

A aposta é que os bancos pagariam com prazer a taxa extra para reduzirem a fraude porque eles poderiam cortar gastos diminuindo o número de ligações para o atendimento ao cliente.

Como toda despesa, os custos pela fraude acabam sendo passados pelos bancos aos consumidores de alguma forma, como taxas.

Os novos serviços podem ligar cartões de crédito ou débito à localização de um dispositivo móvel em uma dentre várias formas. Uma consumidora pode autorizar as empresas a rastrearem a localização do seu telefone.

Uma rede bancária ou de cartões pode se aliar à AT&T, com sede em Dallas, ou a intermediárias como a Syniverse, com sede em Tampa, Flórida.

Outras companhias, como a Ondot e a Malauzai Software Inc., permitem aos bancos oferecer vários controles dos cartões aos usuários mediante aplicações de banca móvel.

Com a Ondot, os consumidores podem usar um aplicativo para smartphones para ligar e desligar seus cartões, e especificar que estes parem de funcionar se forem levados para fora de uma área específica.

Em fevereiro, a Syniverse e a MasterCard, com sede em Purchase, Nova York, disseram que também estão testando um serviço para viajantes internacionais, que teriam que confirmar sua disposição a serem rastreados optando por adotarem o serviço.

A MasterCard atuará como intermediária entre as operadoras de telefonia celular e os bancos, ligando o cartão e a informação sobre o telefone do consumidor a uma identidade digital.

A empresa autorizaria uma transação quando a operadora de telefonia celular identificar que o telefone está no mesmo lugar.

A Visa, operadora da maior rede de cartões bancários do mudo, também está planejando usar as localizações dos telefones para impedir fraudes, disse em entrevista por telefone Sam Shrauger, diretor global de soluções digitais para a empresa com sede em Foster City, Califórnia.

“Como muitas coisas, será algo que se incorporará a muitas das coisas que fazemos”, disse Shrauger.

“Como muitas dessas tecnologias, as pessoas não falarão tanto assim sobre elas, mas as adotarão e lhes permitirão ser uma parte da experiência das suas vidas”.

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