Juiz dos EUA decide contra escutas da NSA
Segundo a Justiça, as gravações telefônicas feitas pela agência norte-americana provavelmente violam a Constituição dos EUA
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 07h31.
Um juiz americano determinou nesta segunda-feira que o programa de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA, sigla em inglês) viola a privacidade dos cidadãos e a quarta emenda da Constituição dos Estados Unidos.
A decisão emitida pela Corte do Distrito de Washington está pendente de apelação, mas caso seja confirmada, pode impedir a agência de espionagem de recopilar indiscriminadamente dados telefônicos de milhões de usuários.
O juiz Ricard Leon qualificou a compilação de dados em grande escala de "atentado à vida privada".
"É evidente que semelhante programa viola" os valores defendidos pela quarta emenda da Constituição americana relativa à privacidade, destacou Leon.
Os denunciantes, Larry Klayman e Charles Strange, levaram o caso à Justiça após os vazamentos de informações por parte do ex-analista de Inteligência Eduard Snowden sobre o programa da NSA.
A decisão impede o governo de recolher dados de e-mails e telefones de Klayman e Strange, e determina a destruição das informações já obtidas sobre os dois.
As revelações do ex-consultor de Inteligência Edward Snowden sobre o programa da NSA para monitorar bilhões de telefonemas e e-mails em todo o mundo provocaram uma onda de protestos.
Na sexta-feira, o grupo de estudo encarregado de investigar as práticas de espionagem da NSA entregou seu relatório ao presidente dos EUA, Barack Obama, no qual faz várias recomendações para proteger a privacidade.
Entre as medidas recomendadas está a supervisão direta da Casa Branca sobre a lista dos líderes estrangeiros cujas comunicações são vigiadas, uma consequência direta do escândalo diplomático provocado pela revelação dos "grampos" contra a presidente Dilma Rousseff e a chanceler alemã, Angela Merkel.