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Jogos grátis acabam com sonho de expansão de consoles

Nintendo, Sony e Microsoft enfrentam uma batalha árdua para que os consumidores chineses paguem centenas de dólares por hardware que nunca souberam que queriam

Xbox One: consoles como o da Microsoft foram proibidos na China no ano 2000, criando uma geração de jogadores acostumados com um modelo online grátis (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 14h46.

Pequim - Ele é gordinho, de meia idade e usa macacão. O que faz os investidores pensarem que o Super Mário da Nintendo Co. pode vencer a aranha zumbi gigante Vilemaw da Tencent Holdings Ltd. na sua caverna chinesa?

As ações da Nintendo já aumentaram 36 por cento desde que o jornal estatal China Daily informou em 28 de janeiro que o país estava pronto para acabar com a proibição dos consoles de videogames que está vigente há 13 anos. No intuito de proteger os jovens chineses da violência e da suposta influência corruptora dos jogos, a proibição acabou criando uma geração de jogadores acostumados com um modelo online grátis e uma migração crescente para dispositivos móveis.

Os vendedores de consoles como a Nintendo, a Sony Corp e a Microsoft Corp. enfrentam uma batalha árdua para que os consumidores paguem centenas de dólares por hardware que nunca souberam que queriam, explica o fundador da Spicy Horse Games, American McGee. Devido à recessão nos EUA, que já tem dois anos, os fabricantes de consoles procuram no mercado chinês – de US$ 10 bilhões – um impulso que talvez nunca chegue.

E tem mais: a pirataria, a censura e os custos regulatórios aumentam o desafio.

Consoles como a Wii U da Nintendo, a PlayStation 4 da Sony ou a Xbox One da Microsoft foram proibidos na China no ano 2000. Assim, o mercado é dominado por títulos online, como “League of Legends”, da líder do mercado, Tencent, onde está Vilemaw.

Crescimento na China

A companhia com sede em Shenzhen controla 21 por cento do mercado chinês de videogames, que cresceu 30 por cento, para 38,5 bilhões de yuan (US$ 6,3 bilhões) no primeiro semestre, segundo dados da Analysys International. Nos EUA, as vendas de software, hardware e acessórios para videogames caíram 15 por cento em junho em relação aos 12 meses anteriores, para US$ 593,3 milhões, de acordo com a NPD Group Inc.


“League of Legends” e muitos jogos online na China são grátis, mas os operadores cobram para comprar ou melhorar armas e escudos. Esse modelo foi implementado em tablets e smartphones: a Analysys informou que os jogos nesses dispositivos mais do que dobraram, para 5 bilhões de yuan.

Mercado negro

Neste ano, o número de chineses que jogam em celulares aumentará 30 por cento, chegando a 280 milhões, ao passo que há menos de 1 milhão de usuários de consoles do mercado negro, segundo estimativas da Analysys.

As esperanças de abrir o mercado aumentaram ainda mais no mês passado quando o China Daily mencionou fontes anônimas do governo segundo as quais os vendedores estrangeiros poderiam ser autorizados a vender seus produtos na China desde que eles fossem fabricados na Zona de Livre Comércio de Xangai.

A Nintendo seria a mais favorecida pelo fim da proibição graças aos seus jogos menos violentos e ao hardware relativamente barato, explica Michael Pachter, analista da Wedbush Securities, com sede em Los Angeles. As ações da Nintendo superaram o avanço de 24 por cento do índice Topix desde a publicação da notícia no China Daily. Nos dois anos anteriores, tinham ficado abaixo do desempenho do índice.

A pirataria “sempre é um problema”, disse Richard Williams, analista da Cross Research.

Os vendedores de consoles também enfrentam custos regulatórios como produzir em Xangai e adaptar os conteúdos dos jogos para respeitar a censura, explica Lisa Cosmas Hanson, sócia de gestão da Niko Partners, uma empresa de pesquisas com sede em San José, Califórnia, com foco no mercado chinês de games.

McGee explicou que o alto custo dos equipamentos e os baixos recursos do software censurado se traduzirão em uma demanda baixa entre os clientes da Tencent que estão satisfeitos de ter jogos grátis.

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As ações da Nintendo já aumentaram 36 por cento desde que o jornal estatal China Daily informou em 28 de janeiro que o país estava pronto para acabar com a proibição dos consoles de videogames que está vigente há 13 anos. No intuito de proteger os jovens chineses da violência e da suposta influência corruptora dos jogos, a proibição acabou criando uma geração de jogadores acostumados com um modelo online grátis e uma migração crescente para dispositivos móveis.

Os vendedores de consoles como a Nintendo, a Sony Corp e a Microsoft Corp. enfrentam uma batalha árdua para que os consumidores paguem centenas de dólares por hardware que nunca souberam que queriam, explica o fundador da Spicy Horse Games, American McGee. Devido à recessão nos EUA, que já tem dois anos, os fabricantes de consoles procuram no mercado chinês – de US$ 10 bilhões – um impulso que talvez nunca chegue.

E tem mais: a pirataria, a censura e os custos regulatórios aumentam o desafio.

Consoles como a Wii U da Nintendo, a PlayStation 4 da Sony ou a Xbox One da Microsoft foram proibidos na China no ano 2000. Assim, o mercado é dominado por títulos online, como “League of Legends”, da líder do mercado, Tencent, onde está Vilemaw.

Crescimento na China

A companhia com sede em Shenzhen controla 21 por cento do mercado chinês de videogames, que cresceu 30 por cento, para 38,5 bilhões de yuan (US$ 6,3 bilhões) no primeiro semestre, segundo dados da Analysys International. Nos EUA, as vendas de software, hardware e acessórios para videogames caíram 15 por cento em junho em relação aos 12 meses anteriores, para US$ 593,3 milhões, de acordo com a NPD Group Inc.


“League of Legends” e muitos jogos online na China são grátis, mas os operadores cobram para comprar ou melhorar armas e escudos. Esse modelo foi implementado em tablets e smartphones: a Analysys informou que os jogos nesses dispositivos mais do que dobraram, para 5 bilhões de yuan.

Mercado negro

Neste ano, o número de chineses que jogam em celulares aumentará 30 por cento, chegando a 280 milhões, ao passo que há menos de 1 milhão de usuários de consoles do mercado negro, segundo estimativas da Analysys.

As esperanças de abrir o mercado aumentaram ainda mais no mês passado quando o China Daily mencionou fontes anônimas do governo segundo as quais os vendedores estrangeiros poderiam ser autorizados a vender seus produtos na China desde que eles fossem fabricados na Zona de Livre Comércio de Xangai.

A Nintendo seria a mais favorecida pelo fim da proibição graças aos seus jogos menos violentos e ao hardware relativamente barato, explica Michael Pachter, analista da Wedbush Securities, com sede em Los Angeles. As ações da Nintendo superaram o avanço de 24 por cento do índice Topix desde a publicação da notícia no China Daily. Nos dois anos anteriores, tinham ficado abaixo do desempenho do índice.

A pirataria “sempre é um problema”, disse Richard Williams, analista da Cross Research.

Os vendedores de consoles também enfrentam custos regulatórios como produzir em Xangai e adaptar os conteúdos dos jogos para respeitar a censura, explica Lisa Cosmas Hanson, sócia de gestão da Niko Partners, uma empresa de pesquisas com sede em San José, Califórnia, com foco no mercado chinês de games.

McGee explicou que o alto custo dos equipamentos e os baixos recursos do software censurado se traduzirão em uma demanda baixa entre os clientes da Tencent que estão satisfeitos de ter jogos grátis.

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