Internet via WiMAX pode prejudicar transmissão de futebol na TV
A rede Globo e outras emissoras dizem que o uso da tecnologia WiMAX para acesso à internet pode prejudicar transmissão de eventos esportivos pela TV
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2011 às 10h09.
São Paulo — A Anatel se prepara para a vender os direitos de transmissão na faixa de rádio de 3,5 GHz, que poderá ser usada para acesso à internet sem fio por meio da tecnologia WiMAX. Como essa mesma frequência é usada na transmissão de programas de TV, como eventos esportivos, via satélite, as emissoras temem que haja interferência.
Às vésperas do final da consulta pública 23, que termina no próximo dia 24, sobre o edital de venda da faixa de 3,5 GHz, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifesta sua preocupação em relação à interferência da tecnologia WiMAX (que possivelmente será usada nessa frequência) em uma das faixas de transmissão usadas pelos satélites que transmitem sinais de TV, a banda C.
A associação pede à Anatel que prorrogue o prazo do fim da consulta até que sejam apresentados estudos que garantam que a operação do satélite não sofrerá interferência. As emissoras de TV utilizam a banda C para distribuir seus sinais entre as afiliadas e também para a transmissão direta ao telespectador por meio de parabólicas.
O problema está na potência em que a Anatel permite que os sistemas WiMAX operem na faixa. Inicialmente, a potência máxima que poderia ser utilizada na faixa era de 2 Watts (W). Mas, em 2010, a Anatel alterou esse limite para 4W por cinco anos; e, depois disso, até 30W. “É como se houvesse um grupo de freiras rezando ao lado de um trio elétrico”, descreve Luiz Otávio Prates, diretor de regulamentação da StarOne.
Segundo a Abert, a interferência afeta tanto os consumidores residenciais que utilizam antenas parabólicas – estima-se que haja 22 milhões delas no país–quanto as antenas de grande porte utilizadas pelas emissoras. Leonardo Chaves, engenheiro de projetos de telecomunicações da TV Globo, afirma que a banda C é usada pelas emissoras para receber o sinal de eventos internacionais como Copa do Mundo, Olímpiadas, Fórmula 1 etc. “Isso influencia o modelo de distribuição da radiodifusão no Brasil”, afirma ele.
Luis Roberto Antonik, diretor geral da Abert, destaca que algumas emissoras, hoje, já precisam isolar as antenas, cercando-as com uma grade de proteção conhecida como gaiola de Faraday, para que elas não sofram interferência do WiMAX. Segundo Prates, da StarOne, a diferença de potência entre os dois sistemas é tão grande que não há filtro que possa impedir a interferência. Os executivos foram ouvidos em seminário promovido pela Abert nesta terça, 14, no Auditório da TV Câmara, em Brasília.
São Paulo — A Anatel se prepara para a vender os direitos de transmissão na faixa de rádio de 3,5 GHz, que poderá ser usada para acesso à internet sem fio por meio da tecnologia WiMAX. Como essa mesma frequência é usada na transmissão de programas de TV, como eventos esportivos, via satélite, as emissoras temem que haja interferência.
Às vésperas do final da consulta pública 23, que termina no próximo dia 24, sobre o edital de venda da faixa de 3,5 GHz, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) manifesta sua preocupação em relação à interferência da tecnologia WiMAX (que possivelmente será usada nessa frequência) em uma das faixas de transmissão usadas pelos satélites que transmitem sinais de TV, a banda C.
A associação pede à Anatel que prorrogue o prazo do fim da consulta até que sejam apresentados estudos que garantam que a operação do satélite não sofrerá interferência. As emissoras de TV utilizam a banda C para distribuir seus sinais entre as afiliadas e também para a transmissão direta ao telespectador por meio de parabólicas.
O problema está na potência em que a Anatel permite que os sistemas WiMAX operem na faixa. Inicialmente, a potência máxima que poderia ser utilizada na faixa era de 2 Watts (W). Mas, em 2010, a Anatel alterou esse limite para 4W por cinco anos; e, depois disso, até 30W. “É como se houvesse um grupo de freiras rezando ao lado de um trio elétrico”, descreve Luiz Otávio Prates, diretor de regulamentação da StarOne.
Segundo a Abert, a interferência afeta tanto os consumidores residenciais que utilizam antenas parabólicas – estima-se que haja 22 milhões delas no país–quanto as antenas de grande porte utilizadas pelas emissoras. Leonardo Chaves, engenheiro de projetos de telecomunicações da TV Globo, afirma que a banda C é usada pelas emissoras para receber o sinal de eventos internacionais como Copa do Mundo, Olímpiadas, Fórmula 1 etc. “Isso influencia o modelo de distribuição da radiodifusão no Brasil”, afirma ele.
Luis Roberto Antonik, diretor geral da Abert, destaca que algumas emissoras, hoje, já precisam isolar as antenas, cercando-as com uma grade de proteção conhecida como gaiola de Faraday, para que elas não sofram interferência do WiMAX. Segundo Prates, da StarOne, a diferença de potência entre os dois sistemas é tão grande que não há filtro que possa impedir a interferência. Os executivos foram ouvidos em seminário promovido pela Abert nesta terça, 14, no Auditório da TV Câmara, em Brasília.