De acordo com a startup, a intenção é ter um meio de transporte que não tenha um preço proibitivo para a população (HyperloopTT/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 13 de maio de 2021 às 16h38.
Última atualização em 13 de maio de 2021 às 18h48.
Imagine um meio de transporte que viaje a mais de mil quilômetros por hora para ligar diferentes cidades. Essa é a proposta do Hyperloop, um meio de transporte futurístico que combina tecnologias de levitação magnética em um ambiente a vácuo e painéis de energia solar para captação de energia. Apesar de parecer algo visto apenas em filmes de ficção científica, diferentes empresas pelo mundo já fazem análises técnicas e têm projetos de implementação. Uma delas é a startup americana Hyperloop Transportation Technologies, que deve lançar o primeiro projeto funcional em 2023, nos Emirados Árabes, e já realiza análise de viabilidade na região sul do Brasil.
Em entrevista para a EXAME, Ricardo Penzin, diretor-geral da HyperloopTT na América Latina, conta que a startup realiza uma análise junto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) para conectar as cidades de Porto Alegre e Caxias do Sul. “A viagem nesse trajeto pode levar cerca de 17 minutos”, diz Pezin. O trecho de 130 quilômetros leva cerca de duas horas de viagem de carro. “O Hyperloop traz a velocidade de um avião para o ambiente urbano. Vale notar que ele pode viajar em uma velocidade de até 1.200 km/h, mas esse é o limite. A velocidade pode variar conforme for trajeto”, afirma Penzin.
De acordo com a startup, a intenção é ter um meio de transporte que não tenha um preço proibitivo para a população.
Para aproveitar os tubos por onde viajam seus veículos para geração de energia, a HyperloopTT planeja ter painéis de energia solar em todo trajeto. Por isso, a startup também já iniciou conversas com empresas do ramo de energia no Brasil.
A HyperloopTT já iniciou conversas em outras regiões do Brasil, especialmente em São Paulo. No entanto, no momento, o Rio Grande do Sul é o estado onde as discussões estão no estágio mais avançado.
A startup também tem discussões de implementar o meio de transporte de alta velocidade no seu país de origem, os Estados Unidos. Embora ainda não exista um contrato definitivo, a startup tem planos de interligar as cidades de Cleveland (Ohio) e Pittsburgh (Pensilvânia), um trecho de 200 quilômetros, que hoje leva cerca de duas horas em uma viagem de carro.
O trajeto ainda conectaria as cidades americanas a Chicago. Esse projeto, que não requer subsídios, pode gerar 900 mil empregos ao longo dos próximos 25 anos, reduzir emissões de carbono em 143 milhões de toneladas e levar um benefício econômico estimado em dezenas de bilhões de dólares, por meio de valorização de imóveis, salários e expansão da base tributária.
No primeiro projeto já em fase de implementação, nos Emirados Árabes, o Hyperloop irá conectar Adu Dhabi a Dubai em uma viagem de aproximadamente 10 minutos. Vale notar que o meio de transporte é voltado a grandes distâncias e, portanto, não deve substituir meios de transportes urbanos. Mas já existem discussões internas na startup para a criação de uma solução voltada a cidades.
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