Huawei mira em Galaxy S10 e iPhone Xs em nova tentativa no Brasil
Smartphones da empresa chinesa chegarão em maio
Lucas Agrela
Publicado em 12 de abril de 2019 às 05h55.
Última atualização em 16 de abril de 2019 às 08h12.
São Paulo – A chinesa Huawei voltará ao mercado brasileiro de celulares a partir de maio deste ano. Diferentemente do que fez no passado, agora a fabricante mira no segmento de smartphones topo de linha, onde se posicionam os rivais Galaxy S10, da Samsung , e iPhone Xs, da Apple .
José Nascimento, diretor de vendas da Huawei no Brasil, realizou uma apresentação para a imprensa, em São Paulo, sobre os principais recursos do P30 e comentou sobre a nova estratégia da companhia no mercado brasileiro.
"Queremos oferecer o melhor da tecnologia para o Brasil, que é um mercado muito relevante para a empresa. Isso é uma forma de reconhecer o apetite do brasileiro pela marca. Queremos oferecer o melhor da tecnologia ao mercado. Não queremos frustrar o consumidor e não trazer nossos melhores produtos. É por isso que traremos o aparelho com um pequeno intervalo em relação ao lançamento global, em março", afirmou Nascimento a EXAME durante a coletiva de imprensa.
Os primeiros celulares anunciados para o mercado nacional são os recém-lançados globalmente P30 Pro e P30 Lite. O primeiro é o mais sofisticado. Ele tem um sistema de câmera tripla, sendo uma delas de ampla captura, como a lente da câmera de ação GoPro. Mas isso é algo que os rivais já têm, como é o caso do S10 ou mesmo do intermediário Galaxy A9.
O diferencial do P30 é seu sistema de zoom que permite uma aproximação híbrida de hardware e software para permitir um zoom de 5 ou até 10 vezes. Com o zoom ótico, o smartphone consegue aproximação de até 50 vezes.
A Huawei tem evento de lançamento marcado para 30 de abril, o que reforça a informação publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelaRevista EXAME de que os novos smartphones da companhia chinesa chegarão ao Brasil em maio.
Mercado
O contexto do mercado não é o mais favorável. A consultoria IDC prevê para 2019 uma queda de 4,3%, com venda de 42,5 milhões de unidades. Para Renato Meireles, analista sênior da IDC, o mercado chega atualmente a um nível de maturidade em âmbito global, com mais de 50% das pessoas que estão em seu segundo ou terceiro smartphone. Por isso, elas buscam especificações técnicas melhores – o que pode ser um ponto positivo para a estratégia da Huawei. Para o mercado nacional, a desaceleração acontece em razão da incerteza sobre a reforma da previdência. Em nível global, para Meireles, as notícias são semelhantes.
"Em nível mundial, a China teve quedas de vendas em todos os trimestres de 2018. Um dos fatores é a desaceleração da economia chinesa e a guerra comercial, que levou os EUA ao bloqueio da ZTE e a à indisposição com a Huawei. O cenário de queda é mundial. Os países que puxam o mercado para cima são Índia, Indonésia e Rússia. Eles são países que têm espaço para crescer em vendas de smartphones", afirmou Meireles, em entrevista a EXAME.
É por conta disso que as fabricantes de dispositivos móveis apostam em novas tecnologias para vender mais. A Qualcomm criou um novo módulo, parecido com um processador (SoC), que acomoda mais de 400 componentes e permite dar mais agilidade às marcas que o adotarem para levar novos smartphones ao mercado. Empresas como Motorola apostam no 5G. Já Samsung, Huawei e a pequena Royole mudaram o formato tradicional do smartphone ao apresentar ao mercado os primeiros aparelhos comerciais com telas dobráveis.