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Hipsters canadenses podem ser inspiração para Mark Zuckerberg

Centrado em Toronto, um grupo fechado do Facebook se tornou um ponto de encontro para que pessoas da cidade possam trocar bens e serviços

Facebook: o Bunz conquistou o tipo de engajamento que diversas redes sociais e startups de comércio eletrônico desejaram (Justin Sullivan/Getty Images)

Facebook: o Bunz conquistou o tipo de engajamento que diversas redes sociais e startups de comércio eletrônico desejaram (Justin Sullivan/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 18h04.

Última atualização em 26 de outubro de 2016 às 14h47.

Toronto - Quando o Facebook renovou seu espaço de compra e venda Marketplace no início do mês, criminosos não perderam tempo para contornar os filtros algorítmicos da empresa e publicar mercadorias proibidas, de roupas íntimas usadas e maconha a filhotes de porco-espinho.

Este foi o mais recente revés da antiga iniciativa da rede social de transformar sua comunidade de 2 bilhões de usuários em um gigantesco mercado.

Mark Zuckerberg poderia se inspirar nos hipsters canadenses que criaram o Bunz Trading Zone.

Centrado em Toronto, este grupo fechado do Facebook se tornou um ponto de encontro para que pessoas da cidade possam trocar bens e serviços.

Grande parte da oferta é o que se espera que jovens urbanos comercializem -- móveis, livros, massagens -- mas também há itens mais estranhos, como dentes humanos, brinquedos sexuais de segunda mão e dreadlocks.

O que começou há três anos como um grupo para poucos amigos se transformou em uma comunidade de quase 60.000 pessoas.

No início, se chamava “Bumz”, mais tarde rebatizado como Bunz. O fenômeno se tornou tão grande e caótico que os cérebros por trás do Bunz -- uma vendedora de roupas usadas e um gênio da tecnologia bancária -- decidiram criar um aplicativo para facilitar a navegação e as pesquisas na comunidade e em seus diversos subgrupos.

Os fundadores captaram vários milhões de dólares de investidores anjo e esperam repetir a experiência no Brooklyn, em Portland e em outros âmagos modernos.

Com seu fluxo infinito de trocas, discussões acaloradas e camaradagem, o Bunz é uma combinação peculiar dos classificados do Craigslist, da sociabilidade do Meetup e do espírito de vizinhança do NextDoor.

Dezenas de grupos surgiram a partir dele com foco em diversas categorias, como moradia, empregos e dicas de saúde. As regras são simples: não seja estúpido e não use dinheiro.

O Bunz conquistou o tipo de engajamento que diversas redes sociais e startups de comércio eletrônico desejaram e não conseguiram captar.

Por exemplo, a startup VarageSale, de Toronto, arrecadou mais de US$ 65 milhões de investidores, inclusive da Sequoia, na esperança de elaborar uma experiência de comércio eletrônico que classifica as pessoas de acordo com o bairro onde moram.

No ano passado, a empresa foi obrigada a reduzir custos e demitir funcionários quando o crescimento atrofiou. A Nextdoor, uma rede social para vizinhos, cresceu rapidamente nos EUA, mas tem tido dificuldades para erradicar estereótipos raciais.

“Muitas vezes as pessoas tentam fabricar um interesse ou uma comunidade”, diz Brian O’Malley, investidor de risco da Accel Partners, que investiu no site de comércio eletrônico Etsy. “As pessoas percebem imediatamente se não for algo autêntico.”

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