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Há 25 anos o universo é visto com os olhos do Hubble

Apesar dos conhecimentos científicos e sobre o passado revelados pelo Hubble, foram suas incríveis fotografias que realmente impressionaram o público

Apesar dos conhecimentos científicos e sobre o passado revelados pelo Hubble, foram suas incríveis fotografias que realmente impressionaram o público (Hubblesite.org)
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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 09h58.

Última atualização em 3 de abril de 2018 às 10h25.

Redação Central - Por mais que durante séculos o homem pudesse estar convencido de que o Universo era escuro como a noite, há 25 anos o telescópio espacial Hubble revelou a explosão de cores que nos rodeia, maravilhosas obras que não se parecem com nada já visto pela humanidade.

Apesar dos conhecimentos científicos e sobre o passado do Universo revelados pelo Hubble, foram suas incríveis fotografias que realmente impressionaram o público, pois "para olhos profanos, a beleza é mais fácil de apreender que a imensidão gritante do cosmos".

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"O Hubble soube refletir a beleza do caos como nada antes", escreveu o crítico de fotografia Owen Edwards no livro "Expanding Universe", publicado pela editora Taschen, que reuniu 25 anos de imagens enviadas à Terra pelo telescópio.

Olhando essa coleção de imagens vem à mente o replicante de Rutger Hauer em "Blade Runner" quando dizia: "Eu vi coisas que vocês não imaginariam. Naves de ataque ardendo no ombro de Órion. Eu vi raios-c brilharem na escuridão próximos ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos se perderão no tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer".

Porque da mesma forma que o replicante, o telescópio Hubble viu e, sobretudo, fotografou coisas que poucas pessoas poderiam imaginar.

Quando o Hubble viajou para o espaço, no dia 24 de abril de 1990 do Centro Espacial Kennedy a bordo da nave Discovery, a observação astronômica entrou em uma "nova era e a humanidade assistiu a um acontecimento mágico após séculos condenada a ter do Cosmos apenas uma imagem incerta", afirmou no livro o administrador da Nasa e antigo astronauta, Charles F. Bolden.

O telescópio, que deve seu nome ao astrônomo americano Edwin Hubble, orbita a 560 quilômetros da Terra, e no último quarto de século fotografou 10 mil galáxias e um milhão de objetos e isso mesmo com sua aventura não tendo começado com o pé direito.

Um defeito infinitesimal fez com que as primeiras imagens que enviou estivessem confusas. O telescópio "precisava de um par de óculos porque nós tínhamos nos equivocado ao construir seu espelho principal, era plano demais", o que foi reparado por uma missão espacial, explicou o astrofísico Roger-Maurice Bonnet, diretor do programa científico da Agência Espacial Europeia (ESA) entre 1983 e 2001.

Concebido como uma viagem rumo aos confins do Cosmos, "Expanding Universe" agrupa as imagens de acordo com a proximidade da Terra, desde as do Sistema Solar, com fotografias de Júpiter e Netuno, às espetaculares colunas de gás, berço de novas estrelas, na Via Láctea, e a Galáxia Molinillo de Vento do Sul, a 15 milhões de anos-luz de distância.

Azuis, vermelhos verdes, amarelos e rosas. O universo está cheio de cores e de formas às vezes geométricas, outras de tinturas quase fantasmagóricas.

Edwards considera que "o Hubble mostrou ao mundo os segredos de miríades de estrelas prestes a nascer ou extintas há muitos séculos, galáxias perfeitamente simétricas e sistemas feitos de energia pura no frio incomensurável da noite dos tempos".

Mas se o telescópio observa o universo visível em cores, as imagens recebidas são em preto e branco, embora depois, com a ajuda de filtros e outros dados recolhidos pelo Hubble, como a luz infravermelha, o micro-ondas, os raios X e gama, sejam reproduzidas com cor.

As cores se atribuem - explicou no livro Zoltan Levay, responsável pelo processo digital das imagens do Hubble - em função das longitudes de onda: vermelho para as mais longas, azul para as mais curtas e verde para as intermediárias.

O herdeiro de Hubble já está sendo gestado. O telescópio espacial James Webb, que ficará a 1,5 milhão quilômetros de nosso planeta e cujo lançamento está previsto para 2018.

Até então, o Hubble, a quem Bolden se referiu como um milagre da ciência e uma fonte de maravilhas, continuará jogando "luz sobre os cantos mais escuros do Cosmos e nos transmitirá magníficas imagens que enriquecem o conhecimento humano e nos lembram o pequeno lugar, mas mesmo assim precioso, que nosso planeta ocupa no universo".

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