Alvarez e Gleason: simplicidade e facilidade de uso foram prioridades ao desenvolver o app (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2014 às 10h53.
São Paulo -- O gerenciador de finanças pessoais GuiaBolso, que já fazia sucesso na web, está agora disponível também no iPhone. Seu grande atrativo é obter os dados diretamente do extrato bancário, de forma automática. Assim, não é necessário digitar valores para usá-lo.
O GuiaBolso está na web desde maio de 2013. Mas funcionava, inicialmente, como serviço de consultoria financeira. Neste ano, os sócios Benjamin Gleason e Thiago Alvarez mudaram radicalmente o foco, transformando o GuiaBolso em gerenciador de finanças gratuito.
“Fizemos 40 mil consultorias. Essa experiência nos permitiu entender melhor o consumidor. Descobrimos que a necessidade mais comum é o controle financeiro”, disse Gleason a EXAME.com.
Em três meses, desde que foi relançado com a nova função, o GuiaBolso organizou, segundo os fundadores, mais de 1 bilhão de reais em transações dos usuários. O site recebe 500 mil visitas por mês. O lançamento do app para iPhone trouxe novo impulso; e a empresa já desenvolve um para Android.
Acesso ao banco
O GuiaBolso é similar ao serviço americano Mint, que existe desde 2006, tem mais de 10 milhões de usuários e serviu de inspiração para Gleason e Alvarez. Nos dois casos, para usar o serviço, é preciso fornecer o número da conta corrente e a senha do banco na internet.
Fornecer a senha ao app pode parecer arriscado. Mas os fundadores dizem que isso não compromete a segurança. A senha permite apenas consultar os dados, mas não é usada para fazer transações no banco (em geral, os bancos requerem, para isso, uma segunda senha, gerada a cada transação).
Além disso, a empresa diz usar os mesmos sistemas de criptografia empregados pelos bancos para proteger os dados dos usuários.
Num teste feito por EXAME.com, o GuiaBolso obteve sem dificuldade os dados de uma conta no banco Itaú. Ele é compatível também com Santander, Banco do Brasil e Bradesco.
O GuiaBolso pode reunir, num único extrato, dados de diversas contas correntes e cartões de crédito. Ele mostra receitas e despesas divididas em categorias como moradia, restaurantes, compras, viagens e salário.
O software tenta determinar a categoria pela descrição no extrato, mas o usuário pode alterá-la manualmente. Algumas dessas alterações são lembradas, depois, pelo aplicativo. Assim, despesas similares àquelas também serão classificadas da forma especificada pelo usuário.
Planejamento
O GuiaBolso também permite fazer um planejamento, definindo quanto a pessoa pretende gastar em cada categoria de despesa. O app, então, informa em quais categorias os gastos excederam o valor planejado; e em quais delas o saldo segue positivo.
Essas informações podem ser vistas em gráficos para rápida consulta. O aplicativo também gera gráficos que indicam como as despesas se distribuem nas categorias.
O GuiaBolso não abrange investimentos. Seu foco é só o controle de despesas. No fundo, é um extrato bancário melhorado. “Nossa prioridade era torná-lo fácil de usar”, diz Gleason. O app é totalmente gratuito e, segundo Gleason, não há planos para cobrar por ele.
“Por enquanto, estamos preocupados em oferecer um bom produto e ampliar a base de usuários. Só vamos pensar em como gerar receita numa etapa posterior. Já recebemos duas rodadas de investimentos e nossos investidores apoiam essa estratégia”, diz Gleason.
Nos Estados Unidos, o Mint, que pertence à empresa Intuit, ganha dinheiro fazendo recomendações de serviços financeiros. As instituições pagam à Intuit para ser indicadas. É um possível modelo para o GuiaBolso.