O WikiLeaks vem revelando documentos secretos sobre a diplomacia americana (Joe Raedle/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 10h26.
Londres - O grupo de ativistas online que apoia o WikiLeaks abandonou sua estratégia de ataques contra páginas de organizações vistas como hostis ao site em favor de uma publicação ainda mais ampla dos documentos vazados.
Ativistas operando sob o nome "Anonymous" derrubaram temporariamente na semana passada os sites das gigantes dos cartões de crédito Vista e MasterCard, que suspenderam o processamento de doações ao WikiLeaks.
Os Estados Unidos, zangados e embaraçados com a publicação pelo WikiLeaks de milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos secretos, pressionaram organizações como a Amazon e o serviço de pagamentos online PayPal, que terminaram por suspender seus serviços ao WikiLeaks.
Em mensagem publicada em um blog, o grupo Anonymous anunciou a mudança de estratégia, afirmando que agora o objetivo é publicar partes dos relatórios diplomáticos confidenciais norte-americanos da maneira mais ampla possível, e de modo que torne difícil identificar a origem da publicação.
Os ativistas derrubaram por breve período o blog oficial do PayPal ao sobrecarregá-lo de pedidos, mas não foram capazes de prejudicar a Amazon, gigante do varejo online e hospedagem de sites, que suspendeu seus serviços ao WikiLeaks mais de uma semana atrás.
"Na melhor das hipóteses, deixamos alguns sites de olho roxo. O jogo mudou. Quando o jogo muda, as estratégias precisam mudar", afirma a mensagem sobre a "Operação Leakspin".
Os ativistas agora estão encorajando simpatizantes a realizarem buscas entre os telegramas disponíveis no WikiLeaks e publicar sumários daqueles que receberam menos exposição, rotulando-os de maneira a torná-los difíceis de encontrar pelas autoridades que tentam reprimir sua divulgação.
"Usem identificações enganosas, como 'Tea Party' ou 'Bieber'. Publiquem trechos dos relatórios em toda parte", aconselha o texto no blog, fazendo referência ao movimento político conservador norte-americano e ao jovem astro pop canadense Justin Bieber.