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Greve de ônibus reflete atraso do país em mobilidade, diz especialista

'Automóveis são balas perdidas em um labirinto de facas que é a organização das vias em São Paulo', criticou Renata Falzoni

Greve de ônibus (EFE)

Greve de ônibus (EFE)

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 06h06.

Com ônibus parados por causa da manifestação do transporte público em São Paulo, o Brasil reitera seu "atraso" em mobilidade urbana, destacou a coordenadora da ONG Bike é Legal, Renata Falzoni, que falou nesta quarta-feira em evento sobre cidades sustentáveis.

"Automóveis são balas perdidas em um labirinto de facas que é a organização das vias em São Paulo", criticou Falzoni.

No segundo dia de paralisação no transporte público, 14 dos 29 terminais de São Paulo estão parados, de acordo com a SPTrans, e há ônibus estacionados em uma das principais avenidas da cidade, a Rebouças.

Para ela, a situação "caótica" reflete problemas de gestão de políticas públicas e de conscientização comportamental, já que não existe "mobilidade sustentável".

"O Brasil está atrasado (em mobilidade), e a acessibilidade conecta a democracia", reforçou.

Para que a cidade não pare e que as pessoas tenham facilidade de chegar a seus trabalhos, por exemplo, uma solução explicitada por Falzoni é "compactar os bairros", estruturando-os com serviços públicos próximos para que os usuários não tenham que sair da periferia para o centro.

Além disso, a defensora da bicicleta como meio de transporte enfatizou o uso da ferramenta não só como uma forma de lazer, mas como instrumento de locomoção.

"Todo mundo está engarrafado e não olha para fora de suas garrafas, a bicicleta pode ser uma solução, mas tem que parar de ser encarada como brinquedo", afirmou.

Falzoni participou de uma mesa redonda sobre Cidades Sustentáveis organizada pela ONG ambientalista WWF-Brasil, que debateu a mobilidade como um dos focos para a melhoria na gestão das cidades.

"Para termos cidades sustentáveis, precisamos caminhar, usar bicicleta, conectar as cidades, usar o transporte público e promover mudanças com tarifas adequadas para impulsionar o uso de meios alternativos pelas pessoas", finalizou a coordenadora do Bike é Legal.

 

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