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Fundador da Megaupload é preso na Nova Zelândia

A Justiça americana afirma que a Megaupload faz parte de uma rede mundial de pirataria na internet que causou danos aos direitos autorais de pelo menos US$ 500 milhões

Kim Schmitz, o Kimdotcom, dono do Megaupload (Reprodução)

Kim Schmitz, o Kimdotcom, dono do Megaupload (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 16h40.

Sydney - O fundador da Megaupload, Kim Schmitz, e três diretores do portal de downloads foram presos nesta sexta-feira de forma preventiva na Nova Zelândia, enquanto os Estados Unidos tramitam suas extradições por pirataria na internet.

A Justiça americana afirma que a Megaupload faz parte de uma rede mundial de pirataria na internet, controlada por uma organização criminosa, e que causou danos aos direitos autorais no valor de pelo menos US$ 500 milhões.

Os quatro presos permanecerão sob custódia policial em Auckland até a próxima segunda-feira, quando será realizada uma nova audiência judicial para decidir o pedido de liberdade mediante o pagamento de fiança, segundo ditou o juiz David McNaughton, dos tribunais de North Shore.

O inspetor Grant Wormald, da unidade de Crime Financeiro e Organizado da Polícia neo-zelandesa, explicou à imprensa que o FBI (polícia federal americana) entrou em contato com eles em 2011 e que a operação foi complicada, porque entre outros acontecimentos, Schmitz não facilitou sua prisão ao se esconder em um quarto de sua casa.

'Não foi algo tão fácil como chamar na porta', afirmou o detetive. O grupo detido pelas autoridades zelandesas é formado pelos alemães Kim Schmitz, Mathias Ortmann e Finn Batato e o holandês Bram van der Kolk.

Wormald disse que Schmitz, de 37 anos, e Van der Kolk, de 29, têm permissão de residência na Nova Zelândia, enquanto Ortmann, de 39, e Batato, de 38, figuram na Imigração como 'visitantes'.

Schmitz, também conhecido pelo apelido Kim Dotcom, e Ortmann fundaram a Megaupload, uma sociedade com sede em Hong Kong e que conta com 150 milhões de usuários registrados e volume de visitas diárias que ronda os 50 milhões.

Ortmann desempenhava o cargo de diretor, Batato dirigia a unidade de marketing e o holandês era supervisor de programação.


O alemão Sven Echternach, de 39 anos, chefe de desenvolvimento de negócios, o eslovaco Julius Bencko, de 35, desenhista, e o estoniano Andrus Nomm, de 32, responsável da divisão de software, estão em paradeiro desconhecido e procurados pelo FBI.

As prisões na Nova Zelândia fazem parte de uma operação internacional liderada pelos Estados Unidos contra este portal de downloads que incluiu o fechamento da Megaupload em território americano e batidas em nove nações, entre elas Holanda e Canadá.

Uma equipe de mais de 70 agentes neozelandeses inspecionou nesta sexta-feira a mansão de US$ 30 milhões onde Schmitz morava em Auckland com sua família e outros nove imóveis na mesma cidade.

A Polícia confiscou 18 carros de luxo, incluído um Rolls-Royce Phantom Drophead Coupé e um Cadillac 1959 rosa, além de vários automóveis Mercedes.

Os investigadores calcularam o confisco de bens avaliados em cerca de US$ 4,8 milhões, aos quais se somam outros US$ 8 milhões que foram depositados em contas abertas em diversos bancos da Nova Zelândia.

Schmitz, apaixonado por corridas de carros e mulheres, além dos computadores, gostava de alardear que era um dos dez homens mais ricos da Nova Zelândia, segundo a imprensa local.

A Polícia americana calcula que com a Megaupload e outros portais associados, estes 'piratas da internet' ganharam pelo menos US$ 175 milhões.

A Justiça na Nova Zelândia já antecipou que não deve apresentar acusações formais contra os detidos, embora tenha admitido que a Megaupload infringiu as leis de propriedade intelectual do país. Se fosse aberto um processo judicial na Nova Zelândia, a extradição que tramita nos Estados Unidos demoraria a acontecer.

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