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França: Mediapart, pioneiro dos jornais digitais, abala governo

Site fundado há dois anos por ex-jornalista do Le Monde se destacou na cobertura do escândalo da herdeira da L'Oréal

Nicolas Sarkozy, presidente da França, está envolvido em escândalo iniciado pelo jornal digital Mediapart (Bertrand Langlois/AFP)

Nicolas Sarkozy, presidente da França, está envolvido em escândalo iniciado pelo jornal digital Mediapart (Bertrand Langlois/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2010 às 11h39.

Paris - Fundado há dois anos pelo ex-chefe de redação do jornal francês Le Monde, Edwy Plenel, o Mediapart é um dos jornais pioneiros da imprensa digital francesa, sendo sempre o primeiro veículo a publicar artigos constrangedores sobre o governo francês e o presidente Nicolas Sarkozy.

Há cerca de três semanas, o site, que vive de reportagens investigativas e é exclusivamente pago, destila a conta-gotas artigos que começaram a arranhar a mulher mais rica da França, Liliane Bettencourt, em conflito com a filha, antes de desestabilizar o ministro do Trabalho, Eric Woerth, e jogar lama no presidente.

No dia 16 de junho, foram divulgados trechos das escutas piratas de conversações entre a herdeira da L'Oréal com seus advogados, sugerindo que o ministro do Trabalho estava no centro de um conflito de interesse.

Logo em seguida veio a entrevista do ex-contator de Liliane Bettencourt afirmando que Woerth recebeu, enquanto tesoureiro do partido da maioria UMP 150.000 euros líquidos para financiar a campanha presidencial de Nicolas Sarkozy na primavera de 2007. Uma operação que, se confirmada, seria ilegal.

Graças aos artigos, Mediapart "acelerou seu crescimento" em junho ganhando mais 5.000 assinantes, explicou Edwy Plenel à AFP, o que soma quase 30.000, no total.

O acesso ao site, que não tem publicidade, custa 9 euros por mês, ou 90 euros por ano. Compreende um jornal e um espaço participativo ("o clube"), emprega 25 jornalistas vindos de Le Monde, Libération, da Agence France-Presse ou de revistas (Télérama, Challenges...).

O jornal, que registrou em 2009 uma cifra de negócios de 1,4 milhão de euros, prevê até o final de 2012 trabalhar com 45.000 assinantes.

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