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França cria acelerador de partículas para analisar obras de arte

Com 27 metros de comprimento, sistema "bombardeia" a obra com núcleos de hidrogênio ou de hélio a uma velocidade de até 30 mil quilômetros por segundo

Salvator Mundi: "último quadro" de Da Vinci foi leiloado por mais de um bilhão de reais (Peter Nicholls/Reuters)

Salvator Mundi: "último quadro" de Da Vinci foi leiloado por mais de um bilhão de reais (Peter Nicholls/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 14h59.

Última atualização em 23 de novembro de 2017 às 15h01.

Paris - O Ministério de Cultura da França apresentou nesta quinta-feira o seu novo acelerador de partículas, um potente instrumento que permite analisar a história e a autenticidade de obras de arte de forma segura.

Batizado de Aglae (Acelerador Grande Louvre de Análise elementar), ele é o único acelerador de partículas do mundo dedicado exclusivamente ao estudo de objetos considerado patrimônio, e desde 1988 está instalado no Centro de Pesquisa e de Restauração dos Museus da França.

As emissões permitem identificar todos os elementos químicos presentes nas camadas superficiais e na composição, a concentração e a localização, conforme indicou em comunicado o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS), revelam "a história do objeto" e contribuem para comprovar a veracidade.

Com 27 metros de comprimento, ele "bombardeia" a obra com núcleos de hidrogênio ou de hélio a uma velocidade de até 30 mil quilômetros por segundo.

Ao penetrar na matéria, essas partículas desaceleram "e cedem a energia aos átomos" do material analisado. As emissões de luz, raios X ou gama que estes últimos soltam são as que permitem estudar os componentes da peça, mas o acelerador inicial não era apto para materiais "frágeis".

O Aglae ficou desmontado entre julho e outubro de 2016, e a nova versão conta com um sistema de detecção mais sensível e pode funcionar 24 horas por dia, em vez de apenas 10h, que era o máximo de tempo que o aparelho anterior aguentava.

O novo modelo diminuiu também a irradiação das obras estudadas e, segundo o Ministério de Cultura, pode efetuar "cartografias químicas simultaneamente com diversas técnicas de análise".

As primeiras avaliações serão feiras em estatuetas de bronze no Fórum Antigo de Bavay, no norte do país. A máquina será disponibilizada também para pesquisadores estrangeiros.

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