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Facebook entrega mensagens de invasores do Capitólio ao FBI

A rede social foi mencionada em 78% das queixas criminais apresentadas nas investigações

O FBI está investigando os invasores do Capitólio (Win McNamee/Getty Images)

O FBI está investigando os invasores do Capitólio (Win McNamee/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 14h10.

Após pedidos de legisladores americanos, o Facebook está fornecendo ao Departamento Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos mensagens privadas de pessoas que invadiram o Capitólio no dia 6 de janeiro.

Na última quarta-feira (21), uma queixa criminal foi apresentada contra Christopher M. Kelly, um dos acusados pela invasão, junto com um mandado de busca em sua conta no Facebook após o FBI ser informado de postagens contendo imagens dele na invasão. Os investigadores coletaram suas mensagens privadas, endereço IP, telefone e endereço de e-mail.

A invasão do Capitólio para impedir a oficialização da posse do presidente Joe Biden, feita por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, é considerada por especialistas e políticos como um episódio de terrorismo doméstico.

No início, a diretora de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, afirmou que os protestos haviam sido organizados em sites menores. A rede social Parler havia sido vital para a organização do evento, mas não demorou muito tempo até internautas encontrarem evidências de grupos e contas na rede de Zuckerberg fazendo o mesmo.

O Facebook foi mencionado em 78% das 92 queixas criminais apresentadas nas investigações do Capitólio. Destes, 38% incluíram postagens de um indivíduo que foi posteriormente acusado. As informações são do Programa sobre Extremismo da Universidade George Washington.

Todas as mensagens disponibilizadas até o momento são entre Kelly e outros contatos. Em uma mensagem, ele afirma que o cerco ao Capitólio será "o evento mais histórico da minha vida". Já em outro chat, Kelly publicou uma imagem sem blusa, segurando uma bandeira americana em frente ao Capitólio, afirmando que seu irmão, um policial aposentado, havia tirado a foto.

Em uma mensagem em um grupo, no dia 6 de janeiro, ele escreveu: "Gás lacrimogêneo, polícia interrompeu a audiência, todos estão indo para o porão”. E depois: "Foda-se essas cobras. Fora de nossa casa!"

O Facebook também disponibilizou o histórico de registro de IP, o que acabou mostrando ao FBI que o homem havia viajado para a região de Washington no dia da invasão. Por enquanto, não há indicação de que Kelly foi preso, embora um mandado de prisão tenha sido emitido.

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