Facebook contrata 3 mil pessoas para combater conteúdo violento
O objetivo, segundo Mark Zuckerberg, é acelerar a remoção de vídeos exibindo assassinatos, suicídios e outros atos de violência
Reuters
Publicado em 3 de maio de 2017 às 14h38.
São Francisco - O Facebook vai contratar mais 3 mil funcionários ao longo do próximo ano para responder a denúncias publicação na rede social de material inapropriado e acelerar a remoção de vídeos exibindo assassinatos, suicídios e outros atos de violência, disse o presidente-executivo Mark Zuckerberg nesta quarta-feira.
A contratação do pessoal é um reconhecimento pelo Facebook de que, pelo menos por enquanto, precisa de mais do que software automatizado para melhorar o monitoramento de posts.
Facebook Live, um serviço que permite a qualquer usuário transmitir ao vivo, foi prejudicado desde o seu lançamento no ano passado por pessoas que transmitem violência.
Zuckerberg, cofundador da empresa, disse em publicação no Facebook que os novos contratados irão se unir aos 4.500 funcionários que já fazem a revisão de publicações que podem violar as políticas de serviço da rede social.
Na semana passada, um pai na Tailândia transmitiu no Facebook Live ele próprio assassinando sua filha, disse a polícia.
Depois de mais de um dia e 370 mil visualizações, o Facebook removeu o vídeo. Outros vídeos de Chicago e Cleveland também chocaram usuários pela violência que exibiram.
"Estamos trabalhando para tornar esses vídeos mais fáceis de denunciar, para que possamos tomar a ação correta mais cedo - seja respondendo rapidamente quando alguém precisa de ajuda ou derrubando um post. "
Os 3.000 funcionários vão ocupar novos cargos e monitorar todo o conteúdo do Facebook, e não apenas vídeos ao vivo, disse a empresa. A empresa não disse onde as vagas serão locados.
A maior rede social do mundo, com 1,9 bilhão de usuários mensais, está se voltando para a inteligência artificial na tentativa de automatizar o processo de identificar pornografia, violência e outros materiais potencialmente ofensivos.
Em março, a companhia disse ter planejado o uso de sua tecnologia para ajudar a localizar usuários com tendências suicidas e lhes dar assistência.
Entretanto, o Facebook ainda depende em grande parte de seus usuários para reportar material problemático. A plataforma recebe milhões de denúncias de usuários por semana e, como outras grandes corporações do Vale do Silício, depende de milhares de monitores humanos para avaliar as denúncias.
"Apesar da indústria alegar o contrário, eu não conheço nenhum mecanismo computadorizado que pode fazer este trabalho adequadamente, com precisão, 100 por cento em vez de seres humanos. Nós não temos essa tecnologia ainda", disse Sarah Roberts, professora de estudos de informação na Universidade da Califórnia em Los Angeles, que acompanha o monitoramento de conteúdo.