Tecnologia

Empresas de infraestrutura de TI trabalham em esquema especial na Black Friday

Companhias esperam lidar com até 200 mil vendas de produtos nesta sexta-feira

TI (Flickr/ChrisDag)

TI (Flickr/ChrisDag)

Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 27 de novembro de 2014 às 18h38.

A partir da meia-noite desta sexta-feira (28/11) começa a Black Friday, uma data em que as lojas físicas e online vendem produtos com descontos. Para manter os sites de centenas de varejistas no ar, empresas de infraestrutura de TI trabalham em esquema especial a partir de hoje, bem como durante todo o fim de semana.

A VTEX, uma fornecedora de tecnologia de e-commerce para mais de 600 lojas virtuais, espera gerar mais de 200 mil vendas na Black Friday. A empresa, que tem clientes como Boticário, Whirpool, Polishop, Tim e Loreal, se preparou o ano inteiro para as vendas de fim de ano e seus 80 engenheiros irão trabalhar 24 horas no Rio de Janeiro durante a Black Friday brasileira para garantir que os sites das lojas virtuais se mantenham no ar mesmo recebendo um grande número de acessos simultâneos.

A empresa utiliza os servidores da Amazon Web Services com tecnologia de nuvem elástica, que libera mais servidores de acordo com a quantidade de requisições. Além de monitorar quais páginas precisam de servidores extra para se manterem no ar, a empresa também monitora a qualidade das máquinas usadas na AWS, evitando uma queda inesperada das lojas.

“Não podemos nos dar ao luxo de deixarmos de vender”, afirmou Rafael Forte, da VTEX, em entrevista a INFO. A companhia trabalha com um modelo de negócio baseado em revenue share, ou seja, loja virtual compartilha com ela uma porcentagem dos produtos vendidos.

No ano passado, o pico de acessos das lojas online que são clientes da companhia foi registrado logo nas primeiras horas da madrugada da sexta-feira.

Forte conta que a VTEX realizou uma espécie de “teste de luxo” durante a Cyber Monday argentina, que aconteceu no mês passado. Lá, a empresa conseguiu manter a infraestrutura de TI funcionando sem quedas e gerou mais de 35 mil vendas para a loja Fravega.com. Para evitar problemas de entregas, o executivo conta que algumas lojas trabalharam com um modelo de venda chamado de Pickup Store, em que o consumidor realiza a compra pela internet, mas busca o produto em lojas físicas.

Quanto às lojas virtuais que participam da Black Friday, Forte ressalta que é preciso que haja uma comunicação eficiente com o consumidor, explicando que não é porque uma empresa participa do evento que todos os seus produtos estão em promoção nesta data. “Uma empresa que vende 5 mil produtos não vai colocar todos eles em promoção, mas, sim, uns 20 ou 30”, declarou Forte, ressaltando que a média de desconto que os consumidores encontrarão na Black Friday brasileira é de 30%.

[Guia definitivo da Black Friday 2014 no Brasil]

Outra empresa que irá operar em esquema especial para a Black Friday é a InfraCommerce. Diferentemente da VTEX, a companhia oferece uma solução (SaaS) que atende desde o marketing até a TI e as entregas das compras. A companhia atende lojas de 20 clientes, entre eles Decathlon, Nextel, Ray-Ban e Johson & Johnson. No total, cerca de cem funcionários da empresa irão trabalhar, em revezamento, de sexta-feira até domingo para garantir que as lojas não tenham problemas de acesso.

De acordo com Luiz Pavão, COO da InfraCommerce, as lojas online gerenciadas pela empresa recebem 30 vezes mais visitas do que a média e chegam a vender até 80 vezes mais do que em um dia comum. “São quase três meses de vendas em um só dia”, afirmou, em entrevista a INFO.

“Temos data center próprio, mantido e gerenciado por nós. Sabemos quais e quantas são as máquinas e acompanhamos a utilização delas para sabermos qual é a reserva técnica para lidar com o grande número de requisições”, declarou Ricardo de Paola, cofundador da InfraCommerce. “Já passamos por outras Black Fridays e, por isso, temos conhecimento para lidar com picos de acesos. Nossa solução está preparada para lidar com a escalabilidade para atender variações de volume como essas, mas também temos um time técnico que faz o acompanhamento do evento.”

Pavão também compartilhou um pouco do que aprendeu com a última Black Friday. “Tudo que tem que estar pronto, antes e depois que começa, não se deve mexer em mais nada. Você tem muito mais audiência e pode gerar algum problema na plataforma e perder venda”, afirmou o executivo. "Além disso, como o serviço de marketing é responsabilidade nossa, não permitidos de jeito nenhum aquela história de vender produtos pela 'metade do dobro’".

Acompanhe tudo sobre:Black FridayComputação em nuvemINFOLiquidaçõesServidores públicos

Mais de Tecnologia

Qualcomm vence disputa judicial contra Arm e poderá usar licenciamentos da Nuvia

China constrói 1.200 fábricas inteligentes avançadas e instala mais de 4 milhões de estações base 5G

Lilium, de aviões elétricos, encerra operações após falência e demissão de 1.000 funcionários

Google cortou 10% dos cargos executivos ao longo dos anos, diz site