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Desistência da BBC confirma fracasso da TV 3D

Depois da ESPN, a BBC desiste das imagens tridimensionais, confirmando que a geração atual de televisores 3D não caiu no gosto do público


	A BBC diz que a audiência dos programas em 3D nunca decolou e que o público acha as imagens tridimensionais incômodas
 (Divulgação)

A BBC diz que a audiência dos programas em 3D nunca decolou e que o público acha as imagens tridimensionais incômodas (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 9 de julho de 2013 às 16h16.

São Paulo — A emissora britânica BBC anunciou, na semana passada, que vai suspender todas as produções de programas em 3D. A notícia veio poucas semanas depois de a ESPN ter divulgado que vai fechar seu canal 3D nos Estados Unidos.

São movimentos que confirmam que a geração atual de televisores 3D fracassou. Vai ser preciso algum avanço tecnológico radical para que as imagens tridimensionais se tornem mais atraentes no ambiente doméstico. E, ao que parece, isso não vai acontecer logo.

A BBC começou a produzir programas tridimensionais em 2011, em caráter experimental. A emissora transmitiu as Olímpiadas de Londres em 3D no ano passado, e também séries de sucesso como “Doctor Who”. Mas a audiência tem sido decepcionante.

Kim Shillinglaw, diretora de 3D da BBC, diz, no site de notícias da emissora, que a audiência desse tipo de programa nunca decolou e que o público acha as imagens tridimensionais incômodas. Um episódio comemorativo dos 50 anos da série "Doctor Who", em novembro, deve ser um dos últimos programas tridimensionais da emissora na fase atual.

Em junho, a ESPN já havia divulgado que vai fechar seu canal a cabo de TV 3D nos Estados Unidos até o fim do ano. A rede, que pertence à Disney, mantinha esse canal há três anos, transmitindo torneios de golf e de futebol americano, entre outros eventos.


A ESPN diz que o motivo do fechamento é a baixa demanda. Há outros canais que transmitem em 3D espalhados pelo mundo, mas não há notícia de que algum deles esteja fazendo muito sucesso.

No início de 2010, a indústria de eletrônicos apresentava os televisores 3D como a grande tendência do momento em entretenimento doméstico. Mas faltou combinar com os consumidores. A escassez de conteúdo tridimensional, o preço alto e a necessidade de usar óculos para ver as imagens tornaram esses aparelhos pouco atraentes.

Os óculos não chegam a ser um problema no cinema, onde as pessoas ficam sentadas com atenção concentrada na tela. Já em casa, a atenção do expectador se divide entre a TV e outras pessoas e objetos em volta. E muitos preferem assistir à TV esparramados no sofá. Nesse cenário, os óculos se tornam inconvenientes.

Na Inglaterra, a estimativa da BBC é que 1,5 milhão de residências contem com televisores 3D. Mas, mesmo em eventos importantes, como a abertura das Olimpíadas, a audiência nunca passou de metade disso. Programas regulares atingem a apenas 5% desse público potencial, ou seja, cerca de 75 mil residências.

A BBC também estima que, nos Estados Unidos, apenas 120 mil pessoas veem programas em 3D. Num país com 314 milhões de habitantes, isso é quase nada. Não há dados sobre o Brasil, mas pode-se supor que a TV 3D seja ainda menos popular aqui.

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