Estande da Sony na feira alemã de videogames, a Gamescom (Patrik Stollarz/AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de agosto de 2010 às 16h09.
Colônia, Alemanha - Os fabricantes de videogames adotaram a revolução tridimensional, acompanhando uma tendência crescente nos estúdios de Hollywood, para o desenvolvimento de uma nova geração de produtos, uma estratégia considerada arriscada, uma vez que poucas residências estão equipadas com a nova tecnologia.
Na feira Gamescom, a mais importante da Europa dedicada a jogos interativos e de entretenimento, aberta na quarta-feira na cidade de Colônia (oeste da Alemanha), líderes do mercado apresentarão, até domingo, seus novos produtos e a incorporação da animação em 3D em suas criações.
A gigante japonesa Sony, por exemplo, já trouxe novidades, como um game que simula dirigir um veículo de rally em um cenário tridimensional ou outro em que o jogador tem a sensação de que a bola de tênis virtual se aproxima dele.
"Estamos muito ativos (neste segmento) e já propusemos uma grande quantidade de produtos ao mercado", explicou à AFP Kazuo Hirai, chefe da divisão de entretenimento da Sony, ao mencionar o cada vez mais importante nicho deste mercado bilionário.
"A quantidade de unidades (receptoras desta tecnologia) precisa aumentar. Para isso, temos que desenvolver videogames, programas de televisão em 3D, filmes em 3D na versão Blue-Ray", emendou Hirai, cujo grupo tem um interesse especial no desenvolvimento destas tecnologias, já que é o principal fabricante de telas compatíveis.
A Sony espera que 10% das vendas de televisores este ano sejam de aparelhos compatíveis para a animação tridimensional e desenvolve tecnologia tridimensional que prescinda de óculos especiais.
Segundo Hirai, os videogames são mais fáceis de desenvolver em três dimensões do que os filmes, uma vez que tudo é feito em computador.
Mas nem todos os atores do setor partilham o mesmo entusiasmo da Sony por causa do custo das TVs compatíveis e da necessidade de óculos.
A japonesa Nintendo optou por desenvolver sua própria tecnologia e está construindo uma nova interface portátil própria, a 3DS, capaz de reproduzir imagens tridimensionais sem o suporte dos úculos.
No entanto, os jogos em 3D têm um custo 20% superior aos tradicionais, explicou Olivier Wolf, vice-presidente da divisão de games e entretenimento dos estúdios Warner Bros..
Apesar disso, o desenvolvimento de animação tridimensional também está no centro "da estratégia" da Warner Bros., afirmou Wolf, reconhecendo que "o mercado demorará ainda dois ou três anos para se lançar".
Segundo ele, a prioridade é o desenvolvimento de jogos de corridas e de lutas, nos quais as imagens tridimensionais são mais impressionantes.
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