A concorrência dos fabricantes chineses de equipamentos para telecomunicações está levando seus rivais do Ocidente a reduzirem seus preços. Antes focados em seu próprio país, companhias como a Huawei já exibem musculatura suficiente para disputar grandes contratos em mercados como a Europa e a América. Maior fornecedora de equipamentos para telecomunicações da China, a Huawei conseguiu bater recentemente a Motorola e a Ericsson na concorrência por um contrato de 187 milhões de dólares com a tailandesa CAT Telecom, ao oferecer um orçamento 46% mais baixo.

"Os chineses estão nos forçando a reduzir os preços", afirmou ao americano The Wall Street Journal Philippe Germond, presidente da francesa Alcatel, sexto maior fabricante de equipamentos para telecom do mundo. De acordo com Germond, muitas concessionárias de telefonia estão convidando empresas chinesas para participar de suas concorrências apenas para obrigar as empresas ocidentais a apresentarem propostas mais baratas.

Para se manter no páreo, a Alcatel está reestruturando seus custos e reorganizando sua produção. Atualmente, cerca de 70% dos equipamentos para internet de banda larga da companhia são fabricados na China ou no México. Há alguns anos, todas as suas plantas estavam na Europa Ocidental. Além disso, a Alcatel também está investindo em segmentos de maior valor agregado, como aparelhos para a transmissão de voz e vídeo.

Apesar dos esforços das empresas ocidentais, a concorrência chinesa está avançando. A Huawei assinou, recentemente, um contrato com a concessionária alemã Telfort para fornecer uma rede de transmissão de dados sem fio de terceira geração. Essas e outras ações fizeram com que as receitas da Huawei fora da China crescessem 18 vezes entre 2000 e 2004, alcançando 2,28 bilhões de dólares. Enquanto isso, o faturamento da Alcatel caiu de 31,3 bilhões de euros para 12,3 bilhões (cerca de 15,7 bilhões de dólares) no mesmo período.