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Como é a "Copa do Mundo" dos esportes eletrônicos

Alguns jogadores alcançam status de celebridade na Coreia do Sul. Lee Sang-heyok, o “Faker” da T1, supostamente ganha milhões de dólares por ano

(Jean Chung/Bloomberg via Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 6 de novembro de 2018 às 19h31.

Neste fim de semana foram criadas lendas na Coreia do Sul , berço do esporte eletrônico, ou eSports. Acompanhada por dezenas de milhões de pessoas todos os anos, as finais do campeonato mundial de League of Legends deste ano marcaram a batalha de duas equipes em um estádio com 50.000 lugares na cidade sul-coreana de Incheon.

A equipe chinesa Invictus Gaming derrotou a equipe europeia Fnatic na final, na primeira vez em que um time da China venceu o campeonato de League of Legends.

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Carinhosamente chamado de LoL pelos fãs, o jogo para PC se tornou o queridinho da indústria global de jogos, de US$ 13 bilhões, desde o lançamento pela Riot Games, há quase uma década. O LoL mistura elementos de jogos baseados em estratégia e RPG e apresenta monstros, magos e guerreiros que parecem saídos do folclore medieval. Não surpreende que o jogo tenha gerado novos negócios, como livros, roupas, brinquedos e acessórios.

Os fãs de esportes eletrônicos comparam o campeonato de LoL com a Copa do Mundo, ressaltando que o evento detém o recorde de maior e mais longa audiência entre os torneios de jogos. No ano passado, 60 milhões de pessoas sintonizaram para assistir à final em Pequim, na qual a equipe Samsung Galaxy derrotou a tricampeã SK Telecom T1, outro time da Coreia do Sul.

Este foi o primeiro ano desde 2011 em que nenhuma equipe sul-coreana chegou à final, apesar de o torneio ter sido disputado no país asiático. A Fnatic, equipe europeia que venceu o primeiro campeonato realizado na Suécia, enfrentou a Invictus Gaming, uma organização chinesa famosa também por suas façanhas com os jogos Dota 2 e StarCraft.

Uma equipe precisa vencer três partidas para reivindicar o título destruindo a base da outra, “Nexus”. E, claro, é mais fácil falar do que fazer. É preciso instinto, raciocínio rápido e trabalho em equipe, além de inúmeras horas de treinamento para vencer outra equipe que também depositou essa mesma devoção. Os vencedores levantam a cobiçada “Summoner’s Cup”, ou “Copa dos Invocadores”.

A cerimônia de abertura atraiu estrelas internacionais como The Glitch Mob, Mako e Madison Beer, enquanto alguns fãs celebraram o carinho pelo jogo com cosplays fora do estádio Munhak. O evento serve de canal para expressões criativas dos fãs, que exibem fantasias inspiradas no jogo.

Alguns jogadores alcançam status de celebridade na Coreia do Sul. Lee Sang-heyok, o “Faker” da T1, supostamente ganha milhões de dólares por ano e tem hordas de seguidores que causariam inveja à maioria dos jogadores de beisebol e de futebol, enquanto Lim Yo-hwan, lenda do StarCraft, é casado com uma atriz e aparece com frequência em programas de televisão.

Os jogadores habilidosos do país estão criando cada vez mais carreiras de sucesso que muitas vezes os levam a viajar pelo mundo, enquanto um número crescente de adolescentes aspira a seguir os passos deles e frequenta escolas especializadas em esportes eletrônicos.

“A Coreia do Sul produziu muitos jogadores talentosos”, disse Song Chong-ho, gerente-geral da T1. “É o Brasil do eSports.”

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