Esta capacidade permite à mão robótica detectar não somente a quantidade, mas a direção da força aplicada, potencialmente tornando robôs mais inteligentes e interativos (Travis Teo/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de julho de 2021 às 13h12.
Pesquisadores de Cingapura desenvolveram um material esponjoso que permite que robôs consigam sentir objetos que estejam perto e se consertem quando estão quebrados, assim como acontece com a pele humana.
A espuma artificialmente inervada, ou AiFoam, é um polímero altamente elástico criado pela mistura de fluoropolímero com um composto que reduz a tensão superficial.
Isso permite que o material esponjoso se funda facilmente em uma única peça quando cortado, segundo disseram os pesquisadores da Universidade Nacional de Cingapura.
"Há muitas aplicações para esse material, especialmente em robótica e aparelhos protéticos, em que robôs precisam ser muito mais inteligentes quando estiverem trabalhando ao redor de humanos", disse o pesquisador-chefe Benjamin Tee.
Para replicar o sentido humano do tato, os pesquisadores infundiram o material com partículas microscópicas de metal e adicionaram eletrodos minúsculos sob a superfície da espuma.
Quando pressão é aplicada, as partículas de metal se aproximam na matrix do polímero, alterando as propriedades elétricas do material. Estas alterações podem ser detectadas pelos eletrodos conectados a um computador, que então diz ao robô o que fazer, disse Tee.
"Quando eu movo meu dedo perto do sensor, você pode ver que o sensor está medindo as mudanças do meu campo elétrico e responde de acordo com meu toque", disse ele.
Esta capacidade permite à mão robótica detectar não somente a quantidade, mas a direção da força aplicada, potencialmente tornando robôs mais inteligentes e interativos.
Tee disse que a AiFoam é o primeira tecnologia do tipo a combinar propriedades autoreparadoras e senso de proximidade e pressão. Depois de passar dois anos no desenvolvimento, ele e sua equipe esperam que o material possa ser colocado em uso prático dentro de cinco anos.
"Ela poderá também permitir que os usuários de próteses tenham um uso mais intuitivo de seus braços robóticos ao agarrarem objetos", disse o cientista.