(Claranet/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 19 de abril de 2021 às 12h00.
Última atualização em 19 de abril de 2021 às 16h37.
A Claranet, multinacional inglesa focada em tecnologias de computação em nuvem e cibersegurança, está adquirindo com o controle da Mandic, empresa brasileira que atua em processos de transformação digital para o setor corporativo. O valor do negócio não foi revelado, mas a transação faz com que a subsidiária brasileira da Claranet passe a ter receita anual de 250 milhões de reais.
Fundada em 1990, a Mandic já atendeu mais de 5.000 clientes de diversos países. Destaque para gigantes como Visa, Burger King, iFood, Samsung, Natura, Carrefour, Schneider Electric, Nubank, entre outros. No comando estava o executivo Maurício Cascão. Ele será integrado ao quadro de funcionários da Claranet.
Ao longo de mais de três décadas, a Mandic recebeu algumas injeções de capital de investidores. Os valores são mantidos em sigilo, mas sabe-se que um dos apoiadores é a Riverwood Capital, fundo de capital de risco que também já investiu em startups brasileiras como Vtex, Pixeon, Conductor e RD Station. Com a aquisição, a Riverwood terá participação minoritária na Claranet Technology S/A.
A compra da Mandic fez com que a Claranet triplicasse sua receita em 18 meses. Este ganho exponencial se deve tanto ao aumento da demanda por conta dos efeitos da pandemia do coronavírus como às compras feitas nos últimos meses. Em agosto do ano passado, houve a compra da Corpflex, que atua com computação em nuvem. Ao todo já são 30 aquisições desde 2012.
“A Mandic estava no radar há algum tempo e era uma aquisição que fazia sentido para a operação. Não se trata de ganhar receita com a compra, até porque a nossa filosofia é baseada no crescimento orgânico no negócio”, afirma Edivaldo Rocha, executivo que comanda as operações da Mandic no Brasil.
Ao menos mais duas aquisições podem ser feitas ainda neste ano, durante o segundo semestre. Isso porque a operação brasileira da Claranet recebeu, em fevereiro deste ano, um investimento de 100 milhões de dólares da matriz inglesa com o objetivo de acelerar o crescimento da companhia no Brasil e na América Latina. A operação brasileira é a quarta maior em todo o planeta, segundo a empresa.
Uma futura abertura de capital da subsidiária brasileira da Claranet também está horizonte. Em entrevistas anteriores, Rocha chegou a afirmar que o plano era realizar um IPO entre o fim de 2022 e o primeiro trimestre de 2023, inclusive alguns banqueiros já estavam sendo contatados para a realização do processo.
Em entrevista para a EXAME, Rocha afirmou que “há muitas empresas abrindo capital no Brasil nos últimos meses”, mas que “é preciso analisar o cenário com cautela”. O executivo afirmou que este não é o foco no momento, mas não descartou uma nova captação de recursos, agora no mercado aberto, possa ser feita num futuro não tão distante.