Mulher fica mais bonita na fase fértil da menstruação?
Estudo da USP mostra que ciclo menstrual influencia atratividade facial da mulher
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2012 às 13h40.
São Paulo - Na fase mais fértil do ciclo menstrual, a Fase Folicular Tardia (FFT), mulheres que não tomam anticoncepcional hormonal (AH) são consideradas mais atraentes pelos homens do que quando estão na fase menos fértil, ou Fase Lútea (FL). Isto é o que indicam os resultados de um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP pela psicóloga Lina María Perilla-Rodríguez. A tese de doutorado A atratividade facial feminina em função da etapa do ciclo menstrual foi defendida em fevereiro de 2012, sob orientação do professor Sérgio Fukusima.
Durante a pesquisa, duas fotos da face de 18 mulheres em fase reprodutiva (dos 18 aos 42 anos), obtidas nas fases fértil e infértil do ciclo, eram apresentadas a 64 julgadores voluntários do sexo masculino, maiores de 18 anos, que deviam apontar a mais atraente e indicar um nível de atratividade para cada retrato. Em uma das etapas do estudo, 62% dos rostos fotografados na fase fértil foram escolhidos como mais atraentes, contra 38% na fase infértil. Em outra etapa, na qual foram excluídos da foto elementos externos, como cabelos e orelhas, o resultado alterou-se para 58% na fase fértil, contra 42% na infértil.
O estudo também envolveu uma comparação entre a variação da atratividade de mulheres que não faziam uso do anticoncepcional hormonal (AH) e outras que o utilizavam. Para isso, foram avaliadas as faces de mais 18 mulheres, estas usuárias de AH, fotografadas nos períodos correspondentes à FFT e FL de um ciclo menstrual ovulatório normal.
A partir disto, um importante achado da pesquisa foi a diferença não significativa no julgamento da atratividade entre as faces destas mulheres nas duas etapas do ciclo: houve 52% de preferência pelos rostos fotografados na fase fértil (FFT), contra 48% pelos rostos da infértil. Lina María explica que nessas mulheres não ocorrem as mudanças hormonais características da transição de fase menstrual, conforme a ovulação, e essa pode ser uma das razões pelas quais não são detectadas alterações na atratividade. “O uso ou não do anticoncepcional pode influenciar na atratividade da mulher”, conclui.
O que muda na mulher?
Após a finalização da pesquisa, a psicóloga também fez uma observação das faces das mulheres em nível qualitativo, percebendo certas alterações nos rostos daquelas que não usam anticoncepcionais. “Basicamente, o que muda são os tecidos moles do rosto: os lábios ficam um pouco mais volumosos, e o rosto fica mais arredondado na região das bochechas. Mas são mudanças muito sutis”, relata. Apesar disso, para melhores conclusões sobre essas diferenças seriam necessários novos estudos voltados especificamente para a identificação das características do rosto e outras partes do corpo feminino que sofrem alterações conforme o ciclo menstrual.
Segundo Lina María, essas constatações respaldam estudos que afirmam que o ser humano, mesmo inconscientemente, é hábil para perceber pequenas mudanças no outro, entre elas a fertilidade, neste caso, relacionada ao julgamento de maior atratividade facial da mulher. Como seres biológicos, ela explica, o objetivo de toda espécie é a reprodução. Logo, esta capacidade de percepção seria conveniente para a escolha da melhor parceira para procriação.
São Paulo - Na fase mais fértil do ciclo menstrual, a Fase Folicular Tardia (FFT), mulheres que não tomam anticoncepcional hormonal (AH) são consideradas mais atraentes pelos homens do que quando estão na fase menos fértil, ou Fase Lútea (FL). Isto é o que indicam os resultados de um estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP pela psicóloga Lina María Perilla-Rodríguez. A tese de doutorado A atratividade facial feminina em função da etapa do ciclo menstrual foi defendida em fevereiro de 2012, sob orientação do professor Sérgio Fukusima.
Durante a pesquisa, duas fotos da face de 18 mulheres em fase reprodutiva (dos 18 aos 42 anos), obtidas nas fases fértil e infértil do ciclo, eram apresentadas a 64 julgadores voluntários do sexo masculino, maiores de 18 anos, que deviam apontar a mais atraente e indicar um nível de atratividade para cada retrato. Em uma das etapas do estudo, 62% dos rostos fotografados na fase fértil foram escolhidos como mais atraentes, contra 38% na fase infértil. Em outra etapa, na qual foram excluídos da foto elementos externos, como cabelos e orelhas, o resultado alterou-se para 58% na fase fértil, contra 42% na infértil.
O estudo também envolveu uma comparação entre a variação da atratividade de mulheres que não faziam uso do anticoncepcional hormonal (AH) e outras que o utilizavam. Para isso, foram avaliadas as faces de mais 18 mulheres, estas usuárias de AH, fotografadas nos períodos correspondentes à FFT e FL de um ciclo menstrual ovulatório normal.
A partir disto, um importante achado da pesquisa foi a diferença não significativa no julgamento da atratividade entre as faces destas mulheres nas duas etapas do ciclo: houve 52% de preferência pelos rostos fotografados na fase fértil (FFT), contra 48% pelos rostos da infértil. Lina María explica que nessas mulheres não ocorrem as mudanças hormonais características da transição de fase menstrual, conforme a ovulação, e essa pode ser uma das razões pelas quais não são detectadas alterações na atratividade. “O uso ou não do anticoncepcional pode influenciar na atratividade da mulher”, conclui.
O que muda na mulher?
Após a finalização da pesquisa, a psicóloga também fez uma observação das faces das mulheres em nível qualitativo, percebendo certas alterações nos rostos daquelas que não usam anticoncepcionais. “Basicamente, o que muda são os tecidos moles do rosto: os lábios ficam um pouco mais volumosos, e o rosto fica mais arredondado na região das bochechas. Mas são mudanças muito sutis”, relata. Apesar disso, para melhores conclusões sobre essas diferenças seriam necessários novos estudos voltados especificamente para a identificação das características do rosto e outras partes do corpo feminino que sofrem alterações conforme o ciclo menstrual.
Segundo Lina María, essas constatações respaldam estudos que afirmam que o ser humano, mesmo inconscientemente, é hábil para perceber pequenas mudanças no outro, entre elas a fertilidade, neste caso, relacionada ao julgamento de maior atratividade facial da mulher. Como seres biológicos, ela explica, o objetivo de toda espécie é a reprodução. Logo, esta capacidade de percepção seria conveniente para a escolha da melhor parceira para procriação.