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China usa identificação facial para monitorar jogadores noturnos

A intenção é descobrir se crianças e adolescentes estão violando o toque de recolher que as impede de jogar durante a noite

A tecnologia de reconhecimento facial é comumente usada na China para facilitar as atividades diárias e também para regular o comportamento do público (fzant/Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 9 de julho de 2021 às 07h05.

Última atualização em 9 de julho de 2021 às 07h07.

A intenção pode parecer nobre, mas os meios são um pouco controversos. Na China, o governo não quer que as crianças e adolescentes de até 18 anos varem a madrugada jogando em seus computadores, videogames e celulares. O objetivo é fazer com que eles durmam mais e não diminuam o desempenho escolar por conta dos games.

No entanto, o método escolhido para garantir o toque de recolher – que funciona entre 22 horas e 8 horas – foi o monitoramento via reconhecimento facial – mesmíssimo método que o país usa para prender criminosos.

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O conglomerado de internet chinês Tencent, principal desenvolvedor de games no país asiático, anunciou oficialmente o recurso na terça-feira, 6, chamando-o de Midnight Patrol (algo como patrulha de meia-noite, em português). O lançamento desencadeou um debate nas plataformas de internet chinesas sobre os benefícios e os riscos, quem diria, de invasão de privacidade da tecnologia.

Alguns foram a favor dos controles, dizendo que combater o vício da internet entre os adolescentes, mas também questionaram como os dados seriam repassados às autoridades. Outros disseram que a Tencent estava assumindo um papel que seria dos pais.

Anteriormente, a Tencent testou a tecnologia de reconhecimento facial em abril para verificar a idade dos ávidos jogadores noturnos e, desde então, a usou em 60 de seus jogos. Em junho, 5,8 milhões de usuários tiveram que mostrar seus rostos ao fazer o login. E 90% dos que falharam na verificação facial foram bloqueados.

O governo chinês acredita que os jogos possam ser um problema para a juventude do país; miopia, privação de sono e baixo desempenho escolar são listados como efeitos da jogatina. O reconhecimento facial é visto como um trunfo que se soma aos “filtros parentais” existentes nos smartphones. Os pais já podiam ativá-lo para limitar o tempo de jogo de seus filhos.

Por enquanto, estas novas restrições se aplicam a cerca de 60 títulos, entre eles o imensamente popular “Honor of Kings”, que conta com mais de 100 milhões de usuários ativos diários na China.

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