São Paulo - O presidente-executivo da BlackBerry John Chen aposta que o foco em nichos pode ajudar a empresa a sair da crise. O executivo sinalizou que deve adotar a estratégia em entrevista a ser publicada na edição de março da revista Forbes.

"Não é só volume. O que dizer sobre a Porsche? O que dizer sobre a Lamborghini?", afirmou Chen - citando montadoras voltadas para o segmento de carros de luxo.

A ideia seria focar a BlackBerry no mercado corporativo - formado por governos, mercado financeiro, serviços de saúde e outras entidades.

Outro trunfo da fabricante de smartphones que o executivo pretende usar é a imagem associada à segurança. "Depois que Angela Merkel foi hackeada, ela mudou direto para a BlackBerry", afirmou Chen.

Não é a primeira vez que o presidente de uma empresa de tecnologia em crise usa a Porsche como referência. Mas, para alcançar o nível da fabricante de carros alemã, a BlackBerry tem um longo caminho pela frente.

Sob comando de Chen desde novembro, a companhia fechou o terceiro trimestre com prejuízo de 4,4 bilhões de dólares. Em 2013, sua participação no mercado foi de apenas 1,9% segundo a IDC.

Visando recuperar a empresa, Chen anunciou o retorno da BlackBerry aos smartphones com teclado físico - entre outras medidas. "Há presidentes de grandes companhias que não largam seus BlackBerrys por causa dos teclados. Eles não ligam para apps", afirmou Chen na entrevista à Forbes.

A BlackBerry já esteve entre as maiores fabricantes de smartphones do mundo - mas sentiu o impacto do surgimento de aparelhos como o iPhone. Em 2013, a empresa esteve perto de ser vendida.