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Câncer: as promessas da medicina de precisão e da genômica

Ao contrário da quimio e da radioterapia, método permite preservar as células sadias, o que potencializa o sistema imunológico para destruir as células tumorais


	Representação de célula cancerígena
 (Getty Images)

Representação de célula cancerígena (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2016 às 10h12.

Associada à genômica, a medicina de precisão, que visa a certas anomalias moleculares em um tumor cancerígeno, tem o potencial de aumentar as opções e a eficácia no tratamento de certos tipos de câncer, segundo pesquisas divulgadas neste sábado nos Estados Unidos.

Ao contrário da quimio e da radioterapia, a medicina de precisão permite preservar as células sadias. Esta abordagem e, sobretudo, a imunoterapia, que potencializa o sistema imunológico para destruir as células tumorais, estão revolucionando a oncologia.

Resultados preliminares de um teste clínico de fase 2, detalhados durante o maior colóquio mundial sobre câncer, celebrado este fim de semana em Chicago, foram considerados "animadores".

Dos 129 participantes do teste, 29 afetados por 12 tipos de câncer em estágio avançado, responderam positivamente a moléculas que não tinham sido aprovadas para o tratamento destes tumores pela agência americana de medicamentos, a FDA.

As respostas promissoras, vistas em quatro tipos de câncer, já levaram à ampliação do número de doentes que participarão deste teste clínico, afirmaram os pesquisadores.

"Estudos como este ajudarão os pacientes a se beneficiar em maior grau da medicina personalizada", explicou o doutor John Hainsworth, do Sarah Cannon Research Institute de Nashville (Tennessee).

O especialista destacou que os testes genômicos dos tumores - para determinar suas características genéticas - estão a cada dia mais acessíveis.

"Nossos resultados sugerem, por exemplo, que uma terapia dirigida ao gene mutante HER2 - que favorece o crescimento das células cancerígenas - poderia ser aplicada não só para tratar o câncer de mama ou o câncer gástrico", em parte dos quais sempre está presente, destacou.

Os resultados mais promissores desta abordagem foram comprovados em pacientes portadores da mutação HER2.

Sete em cada vinte deles sofriam de câncer colorretal, três em cada oito tinham tumor na bexiga e três em seis, de câncer nas vias biliares.

Em todos eles, o tumor diminuiu pelo menos 30%.

Com base nestes dados, os cientistas recrutaram um número maior de doentes para desenvolver o estudo, que deverá contar com 500 participantes.

Outro grupo de pacientes, que sofre de câncer de pulmão com mutações no gene BRAF, que regula as proteínas que atuam no processo de divisão e diferenciação celular, também foi ampliado, em função dos resultados positivos do teste.

Uma análise com 346 testes clínicos experimentais (fase 1) sobre um total de 13.203 pacientes, apresentado igualmente na conferência anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), obteve resultados similares.

Nos 58 estudos do tipo, que recorreram à medicina de precisão, os tumores cancerosos diminuíram em mais de 31% quando as moléculas empregadas no tratamento estavam dirigidas especificamente aos pontos fracos do tumor.

Quando este não foi o caso, a diminuição do tumor foi de apenas 5,1%, disse Maria Schwaederle, do Centro de Terapia Anticancerosa Personalizada da Universidade da Califórnia.

"Estudos deste tipo revelam o grande potencial da medicina de precisão para ajudar a identificar novos tratamentos, ao mesmo tempo em que destacam a necessidade de explorar testes baseados na genômica e um enfoque terapêutico desenvolvido a partir dos dados fornecidos pelos testes clínicos", disse Sumanta Kumar Pal, professor de cancerologia no centro de pesquisas City of Hope na Califórnia, que não participou das pesquisas.

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