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Bill Gates defende revolução digital contra a fome mundial

O fundador da Microsoft sugeriu o aumento da produtividade na agricultura com a utilização de satélites e variedades de sementes manipuladas geneticamente

Bill Gates: "acreditamos que é possível para pequenos agricultores dobrarem e, em alguns casos, triplicarem sua produção nos próximos 20 anos preservando a terra" (Pascal Guyot/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2012 às 12h27.

Roma - O fundador da Microsoft, Bill Gates, convocou nesta quinta-feira uma "revolução digital" para aliviar a fome no mundo através do aumento da produtividade na agricultura com a utilização de satélites e variedades de sementes manipuladas geneticamente.

"Precisamos pensar a sério sobre como começar a tirar vantagem da revolução digital que está levando inovação, inclusive, às fazendas", afirmou o bilionário filantropo americano em um discurso na agência de pobreza rural da ONU, a IFAD, em Roma.

"Se você se importa com a pobreza, você se importa com a agricultura. Acreditamos que é possível para pequenos agricultores dobrarem e, em alguns casos, triplicarem sua produção nos próximos 20 anos preservando a terra", afirmou Gates.

Ele deu como exemplo de inovação a manipulação genética que permite que produtores de mandioca na África prevejam como suas mudas vão se desenvolver, diminuindo o tempo que leva para uma nova variedade crescer de 10 anos para dois.

Outro desenvolvimento-chave é o uso de tecnologia de satélite desenvolvida por departamentos de Defesa para documentar dados sobre terras, assim como vídeos informativos de agricultores discutindo as melhores práticas para ajudar os outros.

"Se não fizermos isso, vamos ter uma exclusão digital na agricultura", afirmou.

Gates também defendeu a utilização de organismos modificados geneticamente (GMOs) no mundo em desenvolvimento e investimentos de longa-escala em terras cultiváveis realizados por estados estrangeiros no mundo em desenvolvimento - ambos temas muito controversos na comunidade de ajuda.

"Você deve sair e conversar com pessoas que plantam arroz e perguntar se elas se importam por aquilo ter sido criado em laboratório quando seu filho tem o suficiente para comer", disse a repórteres em uma pequena coletiva de imprensa após o discurso.

"A mudança na forma na qual a humanidade vive nos últimos séculos é baseada na adoção de práticas de inovação e nós simplesmente não fizemos muito por aqueles com grandes necessidades para trazer estas coisas", afirmou.

Na questão dos investimentos na terra, que seus críticos se referem como "grilagem", ele disse: "Não é atualmente possível pegar a terra. As pessoas não colocam isso em barcos e levam de volta para o Oriente Médio".

"Se pudéssemos ter orientações claras, poderiam ocorrer mais acordos de terra e, em geral, isto poderia ser muito benéfico... A verdade é que a pessoa que está mais em risco em um acordo de terra é a pessoa que está colocando seu dinheiro no negócio".

Gates também disponibilizou 200 milhões de dólares (150 milhões de euros) em novas doações de sua fundação para financiar a pesquisa de um novo tipo de milho resistente à seca, para uma vacina para ajudar os criadores de gado e para um projeto para a formação de agricultores.


"Investimentos em agricultura são as melhores armas contra a fome e a pobreza", disse, acrescentando que sua organização de caridade comprometeu 2 bilhões de dólares para agricultores e está trabalhando em sete colheitas e em uma vacina para gado.

Gates pediu a criação de um novo sistema de "indicadores públicos" para os países em desenvolvimento e para as agências de alimentos da ONU que mediriam coisas como a produtividade na agricultura, a habilidade de alimentar famílias e sistemas de educação de fazendeiros.

"Quando eu me encontrar com um líder africano, eu adoraria ter o cartão de indicadores. Eu tenho um destes cartões para a saúde... Sem um cartão de indicadores, os doadores tendem a promover coisas de curto prazo orientadas pela moda", disse à imprensa.

O pioneiro da tecnologia também criticou o trabalho das agências de alimentos da ONU em Roma: A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial de Alimentos, e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (IFAD).

Ele afirmou que o atual sistema de ajuda para a alimentação e a agricultura está "ultrapassado e ineficiente" com um monte de "duplicações".

Para estes organizadores avançarem para o mundo digital, levará "muito tempo", acrescentou.

Quando perguntado sobre a necessidade de reformas mais amplas no capitalismo para ajudar os pobres, ele disse: "Como você se livra dos excessos, incluindo as pessoas de finanças que recebem estes enormes salários, sem ferir as coisas benéficas?".

E acrescentou: "Gostaria que operadores de Wall Street fossem embora... e trabalhassem com milho e utilizassem seus modelos matemáticos para olhar para o fenótipo versus genótipo. É claramente imperfeito, mas é o melhor sistema que temos".

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"Precisamos pensar a sério sobre como começar a tirar vantagem da revolução digital que está levando inovação, inclusive, às fazendas", afirmou o bilionário filantropo americano em um discurso na agência de pobreza rural da ONU, a IFAD, em Roma.

"Se você se importa com a pobreza, você se importa com a agricultura. Acreditamos que é possível para pequenos agricultores dobrarem e, em alguns casos, triplicarem sua produção nos próximos 20 anos preservando a terra", afirmou Gates.

Ele deu como exemplo de inovação a manipulação genética que permite que produtores de mandioca na África prevejam como suas mudas vão se desenvolver, diminuindo o tempo que leva para uma nova variedade crescer de 10 anos para dois.

Outro desenvolvimento-chave é o uso de tecnologia de satélite desenvolvida por departamentos de Defesa para documentar dados sobre terras, assim como vídeos informativos de agricultores discutindo as melhores práticas para ajudar os outros.

"Se não fizermos isso, vamos ter uma exclusão digital na agricultura", afirmou.

Gates também defendeu a utilização de organismos modificados geneticamente (GMOs) no mundo em desenvolvimento e investimentos de longa-escala em terras cultiváveis realizados por estados estrangeiros no mundo em desenvolvimento - ambos temas muito controversos na comunidade de ajuda.

"Você deve sair e conversar com pessoas que plantam arroz e perguntar se elas se importam por aquilo ter sido criado em laboratório quando seu filho tem o suficiente para comer", disse a repórteres em uma pequena coletiva de imprensa após o discurso.

"A mudança na forma na qual a humanidade vive nos últimos séculos é baseada na adoção de práticas de inovação e nós simplesmente não fizemos muito por aqueles com grandes necessidades para trazer estas coisas", afirmou.

Na questão dos investimentos na terra, que seus críticos se referem como "grilagem", ele disse: "Não é atualmente possível pegar a terra. As pessoas não colocam isso em barcos e levam de volta para o Oriente Médio".

"Se pudéssemos ter orientações claras, poderiam ocorrer mais acordos de terra e, em geral, isto poderia ser muito benéfico... A verdade é que a pessoa que está mais em risco em um acordo de terra é a pessoa que está colocando seu dinheiro no negócio".

Gates também disponibilizou 200 milhões de dólares (150 milhões de euros) em novas doações de sua fundação para financiar a pesquisa de um novo tipo de milho resistente à seca, para uma vacina para ajudar os criadores de gado e para um projeto para a formação de agricultores.


"Investimentos em agricultura são as melhores armas contra a fome e a pobreza", disse, acrescentando que sua organização de caridade comprometeu 2 bilhões de dólares para agricultores e está trabalhando em sete colheitas e em uma vacina para gado.

Gates pediu a criação de um novo sistema de "indicadores públicos" para os países em desenvolvimento e para as agências de alimentos da ONU que mediriam coisas como a produtividade na agricultura, a habilidade de alimentar famílias e sistemas de educação de fazendeiros.

"Quando eu me encontrar com um líder africano, eu adoraria ter o cartão de indicadores. Eu tenho um destes cartões para a saúde... Sem um cartão de indicadores, os doadores tendem a promover coisas de curto prazo orientadas pela moda", disse à imprensa.

O pioneiro da tecnologia também criticou o trabalho das agências de alimentos da ONU em Roma: A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Mundial de Alimentos, e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (IFAD).

Ele afirmou que o atual sistema de ajuda para a alimentação e a agricultura está "ultrapassado e ineficiente" com um monte de "duplicações".

Para estes organizadores avançarem para o mundo digital, levará "muito tempo", acrescentou.

Quando perguntado sobre a necessidade de reformas mais amplas no capitalismo para ajudar os pobres, ele disse: "Como você se livra dos excessos, incluindo as pessoas de finanças que recebem estes enormes salários, sem ferir as coisas benéficas?".

E acrescentou: "Gostaria que operadores de Wall Street fossem embora... e trabalhassem com milho e utilizassem seus modelos matemáticos para olhar para o fenótipo versus genótipo. É claramente imperfeito, mas é o melhor sistema que temos".

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