Autoridades de EUA e China se reúnem após interceptação de jato norte-americano
Na terça-feira passada, um piloto de um caça chinês fez manobras acrobáticas em torno do avião antissubmarino e de reconhecimento P-8 Poseidon
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2014 às 17h44.
Autoridades militares dos Estados Unidos e da China vão manter conversações sobre regras de comportamento no Pentágono na quarta-feira e quinta-feira, disse um oficial dos EUA, dias depois que os norte-americanos denunciaram uma interceptação "perigosa" feita por um jato chinês a um avião de patrulha da Marinha dos EUA.
Na terça-feira passada, um piloto de um caça chinês fez manobras acrobáticas em torno do avião antissubmarino e de reconhecimento P-8 Poseidon, cruzando-o por cima e por baixo, em espaço aéreo internacional sobre o Mar do Sul da China, disse o Pentágono.
Apesar das discussões desta semana terem sido agendadas muito antes do incidente recente, os temas a serem tratados estão no cerne das preocupações dos EUA sobre o comportamento militar chinês: de que uma provocação chinesa poderia levar a uma crise mais ampla provocada por um erro de cálculo militar no território em disputa.
Reivindicações da China sobre o trecho estratégico de água rica em minerais, em sua costa sul e a leste da parte continental do Sudeste Asiático, coloca o país contra aliados dos Estados Unidos na região, como Vietnã e Filipinas, enquanto Brunei, Taiwan e Malásia também reivindicam partes das áreas disputadas.
As reuniões envolvem um grupo de trabalho para discutir normas multilaterais de comportamento para atividades marítimas e aéreas, disse o funcionário da Defesa à Reuters, falando sob condição de anonimato.
Os militares dos dois lados intensificaram os contatos nos últimos anos, um reconhecimento de que, à medida que os interesses econômicos da China continuam a se expandir, o gigante asiático terá um papel cada vez maior na segurança mundial e maior interação com os militares dos EUA.
Ainda assim, a recente interceptação mostra que tal aumento de contatos não eliminou o atrito entre os dois países.
(Reportagem de Phil Stewart e David Brunnstrom)