Julian Assange (Reprodução)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2013 às 13h28.
Londres - Julian Assange tem contribuído ativamente com a fuga do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA, siglas em inglês) Edward Snowden, em um apoio com sabor de vingança para o fundador do WikiLeaks, enclausurado há um ano na embaixada do Equador em Londres, e ansioso por não ser esquecido.
"Eu tenho uma simpatia pessoal pelo Sr. Snowden, que vive um experiência muito semelhante à minha", reconheceu nesta segunda-feira o australiano que se tornou inimigo dos Estados Unidos após a divulgação de centenas de milhares de documentos secretos americanos pelo WikiLeaks em 2010.
Snowden, que trabalhava para a NSA dos Estados Unidos, pode ser condenado a 30 anos de prisão em seu país por suas revelações sobre os programas de vigilância de comunicações.
Ao endossar a luta de Edward Snowden, Julian Assange, que teme ser extraditado para os Estados Unidos e que não sabe quando poderá sair de sua aposentadoria diplomática forçada, fez um verdadeira afronta à justiça americana.
Mas este caso também oferece uma oportunidade para o australiano voltar a ser o centro das atenções, consciente de que sua longa prisão pode fazê-lo cair no esquecimento, apesar de seus esforços.
Ao divulgar informações através de sua organização sobre a saga do ex-consultor da CIA para escapar da justiça de seu país, fez do WikiLeaks um dos principais atores do caso.
A partir da embaixada do Equador, onde se refugiou no ano passado para escapar da extradição para a Suécia, onde é acusado de abuso sexual, Assange organizou uma teleconferência que foi acompanhada pela imprensa internacional. [quebra]
Snowden está "bem e seguro", disse ele, afirmando saber onde está o ex-consultor da inteligência americana, sem revelar seu paradeiro.
Na semana passada, ele divulgou para a imprensa uma série de comunicados expressando o seu apoio ao "herói", fazendo um apelo para que "um país corajoso" o acolhesse e anunciando que tentava negociar asilo político com a Islândia ou em outros países "democráticos".
O WikiLeaks também indicou ter pagado pela "viagem" de Snowden, para quem os Estados Unidos emitiram um mandado de detenção, e que o ajudou com os "documentos necessários" para que viajasse.
Snowden, que aparentemente chegou a Moscou no domingo, pediu asilo político ao Equador, inspirado pelo exemplo de Assange, que teve asilo concedido nesse país.
Da Rússia, Snwoden parece ter partido para Cuba, de onde seguirá para Quito. De acordo com o WikiLeaks, ele é "escoltado" por alguns de seus assessores jurídicos, incluindo Sarah Harrison, que "o acompanha no caminho que irá levá-lo à segurança".
O papel do WikiLeaks é "reunir equipes jurídicas e ajudar (Snowden) a conseguir asilo", resumiu um porta-voz da organização.
O WikiLeaks também afirmou ter convencido o ex-juiz espanhol Baltasar Garzon, que já coordena a defesa de Assange e do WikiLeaks, a ajudá-lo.
O juiz confirmou que havia recebido o pedido do americano por uma "consultoria jurídica". Mas ele indicou que, antes de decidir sobre esse pedido, queria ter acesso às informações necessárias para conhecer o caso e conversar com a pessoa interessada.