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Após bloquear Telegram, Rússia mira no Facebook

Vamos revisar a atividade da companhia antes do final de 2018 e eles precisam cumprir vários requisitos, disse órgão regulador russo sobre o Facebook

Facebook: a Rússia quer a transferência dos servidores com base de dados dos usuários para o país (Andrew Harrer/Bloomberg)
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EFE

Publicado em 18 de abril de 2018 às 11h21.

Moscou - O órgão regulador russo das comunicações, Roskomnadzor, que na segunda-feira bloqueou o aplicativo de mensagem Telegram por descumprir a legislação nacional, pode restringir também o acesso ao Facebook se a rede social não cumprir com suas exigências, informou nesta quarta-feira a imprensa russa.

"Vamos revisar a atividade da companhia antes do final de 2018 e têm que cumprir vários requisitos", disse o chefe do organismo, Alexander Zharov em uma entrevista com o jornal "Izvestia".

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Entre estas exigências, o funcionário mencionou a transferência à Rússia dos servidores com as bases de dados dos internautas deste país e a eliminação de informação "proibida".

"Já estão muito atrasados nesse ponto", alertou.

Zharov assegurou que se a direção da plataforma não se apressar para cumprir a legislação russa e "não informar ao Estado sobre sua intenção de fazê-lo", o bloqueio do Facebook estará "sobre a mesa".

Com relação ao Twitter, Zharov descartou que esta rede social possa ser bloqueada na Rússia, já que, acrescentou, seus responsáveis se comprometeram a cumprir com a legislação nacional e transferir a este país os dados dos usuários russos antes de meados de 2018.

Ao mesmo tempo, ao comentar o bloqueio do Telegram, Zharov insistiu na legalidade da decisão e lamentou a falta de cooperação da direção da empresa.

"O senhor Durov (criador do Telegram) sabe como entrar em contato conosco e com o Serviço Federal de Segurança, mas as bases para o reatamento das negociações agora são ínfimas", disse Zharov.

O chefe do órgão regulador russo aproveitou para elogiar o "talento" do fundador do Telegram e dos membros de sua equipe, mas sublinhou que este é só "um lado da moeda", enquanto o outro é cumprir com as leis e assumir responsabilidades, concluíu.

O criador do Telegram anunciou previamente que o serviço de mensagem utilizaria métodos para evitar o bloqueio que não precisaria da intervenção dos usuários.

Em 2014, Durov deixou a Rússia após denunciar pressões dos serviços secretos para que revelasse informação sobre grupos da oposição que usavam a rede social VKontakte, homólogo russo do Facebook, desenvolvida por ele em 2006.

Durov, que em 2013 criou o Telegram junto com o seu irmão, declarou no momento certo que não compartilharia dados ou códigos com terceiros, incluídos os governos.

Disponível em mais de 20 idiomas, o Telegram, com sede atualmente em Dubai, já conta com mais de 200 milhões de usuários no mundo todo.

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